Defensora das causas raciais, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ocupou a tribuna da Câmara na terça-feira (10) para exaltar os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que revelam o aumento de 43 para 49% a participação de negros no empreendedorismo do país.
“A pesquisa é animadora e revela que os afrodescendentes sempre tiveram aptidões para o empreendedorismo. Quem conhece bem as comunidades e as periferias dos grandes centros urbanos sabe muito bem que o sonho deste segmento sempre foi o de dirigir o seu próprio negócio”, ressaltou Benedita da Silva.
De acordo com Benedita da Silva, a pesquisa aponta também um predomínio do público masculino com um índice de 71% de afrodescendentes. Citando o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, a petista afirmou que esse crescimento representa mais de 11 milhões de empreendedores afrodescendentes na economia e geração de empregos.
“O crescimento do número de negros no comando das pequenas e micro empresas é resultado de anos e anos de investimento em qualificação, em oportunidades. O próprio Sebrae vem adotando iniciativas metodológicas e ações visando a capacitação e desenvolvimento das atividades empreendedoras junto a população afrodescendentes”, reconheceu Benedita da Silva.
Mulheres – Para a deputada, esses números “são interessantes no que se refere à questão racial”, no entanto, ela se mostrou preocupada com a participação de mulheres nesse universo. De acordo com a petista, a participação de mulheres negras no empreendedorismo é minoria em todos os levantamentos.
“Se desburocratizarmos ainda mais, se criarmos instrumentos e alternativas, tenho certeza que o número de mulheres negras empreendedoras se elevará. Elas estão em todas as cidades, em cada comunidade, preparando doces e salgados, costurando, pintando, cuidando de crianças, sempre gerando renda para a família”, lembrou Benedita.
Concentração – A petista disse ainda que os dados da pesquisa mostram que a concentração desses afros-empreendedores está na Região Nordeste. As atividades que despontam são o comércio e a agricultura. O Estado da Bahia é onde há a maior concentração de empreendedores negros, com 12% do total do país.
Empreendedor individual – A parlamentar ressaltou que tudo isso é possível graças à criação da figura do empreendedor individual. Segundo ela, essa iniciativa foi um dos avanços que possibilitou o surgimento desses novos números. No entanto, explicou a deputada, muitos municípios ainda não simplificaram seus procedimentos para receberem essa nova geração de pequenos empresários . “Mas, hoje, sem dúvida, o cidadão afrodescendente se quiser montar o seu próprio negócio tem muito mais chance de ser acolhido”.
Benildes Rodrigues