A implementação do Estado Palestino- com a cidade de Jerusalém como a capital do País- além do repúdio às violações dos direitos humanos dos palestinos pelo estado de Israel foram os principais temas debatidos na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, em comemoração ao Dia Mundial de Al-Quds ou Jerusalém, na língua árabe. Na reunião presidida pela vice-presidente da CDHM, deputada Erika Kokay (PT-DF), compareceram representantes de entidades defensoras da causa palestina e dos direitos humanos, além dos embaixadores do Irã e da Bolívia.
O Dia de Al-Quds é um evento anual realizado na República Islâmica do Irã, e em outros países ao redor do mundo, instituído pelo Aiatolá Khomeini, em 1979, após a revolução iraniana que derrubou o então comandante (pró-ocidente) do país, o Xá Reza Palevi. A data foi adotada para expressar solidariedade ao povo palestino e oposição ao sionismo, e também como forma de protesto contra o controle de Jerusalém por Israel. O dia de Al-Quds é comemorado na última sexta-feira do mês de Ramadã, que em 2017 será no próximo dia 23 de junho.
“A causa palestina é retratada pelo sofrimento de um povo sem terra, espalhado por todo o mundo, e ainda oprimido pelo brutal desrespeito aos direitos humanos praticado contra os palestinos por Israel, e que não reconhece a importância da Jerusalém histórica para esse povo, em um claro sinal de intolerância religiosa”, destacou Erika Kokay.
Já o embaixador da República Islâmica do Irã, Seyed Ali Saghaeyan, explicou que “há sete décadas o povo palestino vive expatriado ou imerso em conflitos provocados pelo regime sionista de Israel”. Entre as violações praticadas ele citou a instalação de assentamentos israelenses em terras palestinas e violações de mesquitas, além da limitação do direito de ir e vir.
“A solução da crise não será possível se não houver a resistência palestina até o fim da completa ocupação sionista e a volta dos expatriados a terra de seus antepassados, com a criação do Estado Palestino e tendo Al-Quds (Jerusalém) como a capital do País”, ressaltou.
A audiência pública contou também com a participação do embaixador da Bolívia, José Antônio Kinn; do presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Marcos Tenório; da vice-presidente da UNE, Luiza Calvette; e do secretário da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Hamilton Pereira.
Héber Carvalho