Ato na Câmara pede libertação de brasileira e outros ativistas presos na Rússia

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Foto: Salu Parente/PT na Câmara

A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara realizou, nesta quarta-feira (9), um ato político em prol da libertação da bióloga Ana Paula Maciel, integrante do Greenpeace. A bióloga está presa na Rússia desde o dia 19 de setembro, juntamente com outros 27 ativistas da entidade e dois jornalistas que cobriam a ação de protesto contra a exploração de petróleo na região do Ártico norte.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), que coordenou o ato, defendeu o direito de manifestação por parte da sociedade civil e condenou a arbitrariedade do governo russo. “Temos a nítida convicção de que as convenções que consagram o meio ambiente como um direito humano de quarta geração asseguram que essa luta é legítima e absolutamente correta, por isso não aceitamos a prisão da ativista Ana Paula Maciel”, protestou Erika.

Autor de uma moção solicitando imediata libertação dos ativistas, aprovada na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) enalteceu a relevância da luta que causou a prisão dos integrantes do Greenpeace que estavam a bordo do navio Arctic Sunrise. “Esta é uma causa extremamente justa, uma causa da democracia e de todos aqueles que se preocupam com o modelo de desenvolvimento e com a luta planetária por um mundo sustentável”, enfatizou Fontana.

Já o deputado Márcio Macêdo (PT-SE) sugeriu, além do diálogo com a embaixada russa no Brasil, que a Câmara envie uma missão oficial à Rússia para que a brasileira seja ouvida por parlamentares e receba apoio e solidariedade. “Quero me solidarizar com a Ana Paula também porque compartilhamos a mesma profissão e a defesa de um outro modelo de desenvolvimento, que proteja o patrimônio natural do planeta”, disse Macêdo, que também é biólogo.

O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) lembrou que a criminalização das lutas da sociedade civil ocorre em todo o mundo e é preciso que esta prática seja repudiada. “Nós já temos a tradição de nos manifestar quando a militância da cidadania planetária é reprimida em qualquer lugar do mundo. A Ana Paula e seus companheiros foram detidos de forma arbitrária e truculenta e acusá-los de pirataria é um insulto a mais”, acusou Nilmário.

Henrique Fontana também criticou a acusação feita aos ativistas.  “Se um protesto político democrático, de denúncia de um tema tão importante para o futuro da humanidade quanto é a exploração de petróleo no Ártico, pode ser caracterizado como pirataria, então, nesse caso, viva à pirataria!”, ironizou o deputado gaúcho.

Também participaram do ato os deputados Bohn Gass (PT-RS), Fernando Ferro (PT-PE), Pedro Eugênio (PT-PE) e a deputada Iriny Lopes (PT-ES), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Rogério Tomaz Jr.

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