Em uma manifestação que reuniu cerca de mil trabalhadores e estudantes na quinta-feira (8), no Centro do Rio de Janeiro, petroleiros e diversos movimentos sociais exigiram a saída imediata de Pedro Parente da Presidência da Petrobrás. Lideranças sindicais e sociais denunciaram as medidas privatistas da atual gestão, que além de vender ativos estratégicos da estatal, cortou investimentos fundamentais para o País. Também repudiaram medidas como a transferência de contratações de equipamentos e serviços para o exterior e a redução drástica dos efetivos da companhia, aumentando os riscos de acidentes.
Como parte do ato, os manifestantes caminharam até a Procuradoria da República, na Avenida Nilo Peçanha, onde a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e os movimentos sociais protocolaram uma representação de impedimento de Pedro Parente, exigindo sua saída da presidência da Petrobrás.
Além de denunciar as medidas de sua gestão contra os interesses da nação, o documento ressalta a ilegitimidade do governo que o indicou e a existência de conflito de interesses, já que Parente é sócio fundador da Prada Consultoria. Esse grupo de gestão financeira e empresarial é presidido por sua esposa e especializado em maximizar os lucros dos milionários brasileiros, entre eles os detentores das 20 maiores fortunas do País.
“Terão as 20 famílias-clientes do representado renunciado publicamente a qualquer operação financeira relacionada, ainda que indiretamente, à Petrobrás?”, questiona a FUP em um dos trechos da representação.
Privatização e desemprego – O ato contra a privatização da Petrobrás contou com a participação de petroleiros e movimentos sociais de vários estados do Brasil. Muitos chegaram ao Rio de madrugada, vindos em caravanas do Norte Fluminense, de Minas Gerais, São Paulo e do Espírito Santo.
Estavam presentes entidades atuantes nas lutas em defesa da soberania energética, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), além da CUT, CTB e diversas outras organizações sindicais.
Várias lideranças ressaltaram os efeitos danosos das privatizações e desinvestimentos da Petrobrás, que vem paralisando projetos em diversas áreas e reduzindo postos de trabalho em massa. “No estaleiro Mauá, em Niterói, tem quatro navios da Transpetro parados por uma decisão unilateral da Petrobrás de querer fazer tudo fora”, declarou Edson Rocha, da Confederação Nacional dos Metalurgicos (CNM), informando que outras oito embarcações que seriam construídas tiveram seus contratos encerrados por Pedro Parente, que transferiu para o exterior várias das encomendas feitas aos estaleiros nacionais.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, lembrou que a Petrobras foi alvo de todos os golpes dados no País, sempre tendo por trás os interesses internacionais que movem a indústria de petróleo. “É essa mania que a direita tem de achar que nós temos sempre que lamber as botas do imperialismo. Nós levamos anos para nos libertamos disso e agora depois do golpe, os senhores Pedro Parente e Michel Temer querem que o povo brasileiro volte a lamber as botas do imperialismo”, declarou.
FUP (Texto e foto)