Ascensão da extrema direita está ligada ao crescimento das redes sociais, diz Zarattini

Foto: Pixabay/Wikimedia

Deputado Carlos Zarattini. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A influência da internet nas decisões dos eleitores e como os algoritmos das redes sociais fortalecem a extrema direita foi o tema da conversa do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) com o professor de Ciência Política Luís Fernando Vitagliano no 27º episódio do podcast Papo Reto. A crescente disseminação de desinformação no meio digital também foi foco central do debate.

Autor da tese “Paradoxos da Democracia na Era Digital”, Vitagliano questiona se a teoria democrática tradicional é capaz de compreender os novos fenômenos provocados pela internet e pelas redes sociais. “Quais são os efeitos dessas novas tecnologias na democracia? O processo virtual tem impactos profundos e precisamos aprender a lidar com isso”, afirmou o professor.

Zarattini expressou preocupação com a influência das redes sociais nas eleições, observando que elas se tornaram ferramentas poderosas para impulsionar candidatos. Na avaliação do parlamentar, as redes sociais ajudam a eleger pessoas sem pautas ou compromisso com a população. “Nós fizemos várias caminhadas pelos bairros e pelo centro de São Paulo conversando diretamente com as pessoas. Hoje, poucos ainda fazem isso”, explicou o deputado, ao criticar a superficialidade das campanhas que focam exclusivamente no ambiente digital.

“Eles investem massivamente nas redes, mas essa abordagem cria uma desconexão com a realidade do público. É uma campanha vazia porque o candidato não conhece mais a realidade dos seus eleitores e, muitas vezes, nem sabe quem votou nele”, acrescentou Vitagliano.

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A responsabilidade das grandes empresas de tecnologia também foi um ponto central da discussão. Segundo Vitagliano, as chamadas big techs não podem se eximir de culpa pela propagação de fake news e discursos de ódio. “Essas empresas dizem: ‘não tenho responsabilidade nenhuma com isso’. Mas elas têm, sim. A responsabilidade é delas e a regulação precisa ser discutida a fundo. Ao impulsionarem fake news, propaganda agressiva e difamação, essas empresas se tornam co-responsáveis pelo processo. Elas fornecem o combustível que alimenta esses discursos”, destacou Vitagliano.

Regulamentação das mídias

Zarattini também chamou a atenção para a falta de regulamentação das redes sociais no Brasil. “De certa forma, o Tribunal Superior Eleitoral regulamenta o uso das redes apenas durante as eleições, mas não existe uma regulamentação de fato. O projeto que estava sendo discutido na Câmara foi retirado da pauta”, criticou.

A discussão sobre a regulamentação das redes sociais no Brasil ficou focada no debate sobre o projeto de lei (PL 2630/20), conhecido como PL das Fake News. Em 2023, as big techs enviaram mensagens distorcidas aos usuários sobre o PL das Fake News alegando que a nova lei iria acabar com a liberdade de expressão no país, interferindo diretamente no processo democrático para manipular a percepção dos usuários. O projeto foi retirado de pauta pelo presidente da Câmara dos Deputados, que justificou a decisão afirmando que não havia consenso entre os parlamentares sobre o texto.

 

Assista o episódio completo:

Assessoria de comunicação do deputado Carlos Zarattini

 

 

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