Com o governo de Jair Bolsonaro (PSL) paralisado, sem propostas para aquecer a economia, ignorando o drama do desemprego que afeta mais de 13,4 milhões de trabalhadores, focado em alimentar divergências políticas e em propostas de retirada de direitos, o ano de 2019 está praticamente perdido, segundo as projeções econômicas.
O mercado financeiro reduziu pela 12ª vez este ano a estimativa de crescimento da economia brasileira. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – caiu de 1,45% para 1,24%. Para 2020, a projeção foi mantida em 2,50%, assim como para 2021 e 2022.
Ao comentar a situação econômica do País, o deputado José Guimarães (PT-CE) destacou que além do mercado reduzir pela 12ª vez a expectativa de crescimento do PIB, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinaliza que haverá novos cortes no orçamento do governo para este ano.
“Anunciados novos cortes contra o orçamento em meio à catástrofe econômica do governo Bolsonaro. Pela 12º vez o mercado diminui a expectativa de crescimento do PIB”, lamentou Guimarães em sua conta no Twitter.
Também em seu Twitter, o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) observou que enquanto o governo ainda prevê alta do PIB, órgãos de pesquisa falam em recessão. “Bolsonaro está acabando com o Brasil e precisa começar a governar e parar de fazer besteira”, completou.
E na avaliação da deputada Margarida Salomão (PT-MG), “enquanto não for abandonado o princípio da contração fiscal embutida no receituário neoliberal, o País seguirá em marcha a ré e descendo ladeira abaixo”.
Boletim Focus
Os números são do boletim Focus, publicação semanal elaborada com base em perspectivas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos, que é divulgado pelo Banco Central (BC) às segundas-feiras. O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das previsões para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores.
Na última semana, os economistas de instituições financeiras consultados pelo BC mantiveram a projeção negativa do PIB para o final de 2019, revisaram para cima a previsão para a inflação e também as estimativas para a cotação do dólar. A projeção para a taxa básica de juros (Selic) neste ano foi mantida.
Confira as projeções da semana
. PIB: caiu de 1,45% para 1,24%
. Inflação: subiu de 4,04% para 4,07%
. Dólar: subiu de R$ 3,75 para R$ 3,80
. Taxa de juros: mantida em 6,5% ao ano.
Inflação
A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,04% para 4,07% este ano. Para 2020, a previsão segue em 4%. Para 2021 e 2022, também não houve alteração: 3,75%.
A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.
Para controlar a inflação, o principal instrumento do BC é a taxa básica de juros (Selic). Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,50% ao ano até o fim de 2019.
Para o fim de 2020, a projeção passou de 7,50% para 7,25% ao ano. Para o fim de 2020, a previsão foi mantida em 8% ao ano e em 2021, a expectativa caiu de 8% para 7,50% ao ano.
Dólar
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar subiu de R$ 3,75 para R$ 3,80 no fim de 2019 e permanece em R$ 3,80 no fim de 2020. Na última sexta-feira (17), o dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,102, com alta de R$ 0,065 (+1,62%), chegando ao maior valor desde 19 de setembro (R$ 4,124).
PT na Câmara com informações do Site da CUT