Ameaças de grupo de extermínio em Goiás foram debatidas em seminário

marina santana2609_D1A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara analisou, em seminário realizado nesta segunda-feira (26), as ameaças de um grupo de extermínio a militantes de direitos humanos, jornalistas e autoridades públicas de Goiás. A CDH vai encaminhar ao governador do estado um ofício sugerindo um ‘Pacto pela Vida’.

Investigações da Polícia Federal apontam a existência de um grupo de extermínio – composto por integrantes das polícias do estado – que seria o responsável por assassinatos, desaparecimentos e outros crimes cometidos contra jovens que supostamente seriam criminosos.

Entidades de direitos humanos, jornalistas e autoridades do poder público, como o deputado estadual Mauro Rubem (PT), têm denunciado as ações do grupo de extermínio há vários anos, o que levou à prisão de dezenove policiais, incluindo um subcomandante da Polícia Militar, durante a Operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal, realizada em fevereiro passado.

Dos dezenove policiais presos na operação da PF, apenas dois permanecem detidos, fato que preocupa o deputado Mauro Rubem e os militantes e jornalistas ameaçados.

O evento desta segunda foi proposto pela deputada Marina Sant’Anna (PT-GO), que criticou a soltura dos policiais presos e também cobrou a “limpeza” das instituições policiais. “Quando temos dezenove policiais militares presos, com indícios de extermínios, desaparecimentos e torturas de pessoas, e eles começam a ser soltos, fica a sensação de impunidade. A polícia é paga para cumprir o seu dever de proteger e não pode subjugar a sociedade. Espero que todas as ações aqui discutidas reforcem a importância de que todos os organismos policiais olhem para dentro de si mesmos e retirem pessoas que estejam inabilitadas para exercer a sua função”, cobrou Marina.

Já o deputado Luiz Couto (PT-PB) defendeu que as investigações sobre o caso sejam aprofundadas e informou as medidas que a CDH tomará a partir das informações levadas ao seminário pelos expositores convidados. “As investigações precisam continuar. Estamos vendo que alguns operadores destes crimes estão sendo soltos e os processos estão sendo arquivados. Isso não pode acontecer e é preciso apurar os mandantes das ações da quadrilha, já que foi revelado que por trás da mesma há políticos, empresários e latifundiários envolvidos. A Comissão de Direitos Humanos vai encaminhar ao governador um ofício sugerindo que ele faça um ‘Pacto pela Vida’, garantindo as condições para que a corrupção policial seja enfrentada e a corporação passe por uma ‘limpeza’ e fique livre daqueles que estão a serviço do crime organizado”, declarou Couto.

Rogério Tomaz Jr.

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