Alencar Santana: “O governo Bolsonaro acabou”

Líder da Minoria, deputado Alencar Santana. Foto: Lula Marques

Um governo rendido. Um presidente acuado. Com medo da própria sombra, Jair Bolsonaro está passando todas as noites em claro. Só consegue dormir à custa de remédios. Sua cara é a cara da derrota. A cara do fracasso. Como se não bastasse a sua incompetência, a sua indiferença com relação aos problemas do povo e os seus hábitos de malandro que trabalha 3 horas por dia, agora o Brasil todo sabe que ele é um corrupto capaz de tudo para impedir que os órgãos de investigação cheguem perto dele e de sua família.

A cada dia, mais revelações escancaram o esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC) e o modus operando de Jair e seus aliados.

Não foi por falta de aviso. Em 2018, Fernando Haddad denunciou com todas as letras o que Bolsonaro era. “Não é um candidato a presidente, é um chefe de milícia”, disse o professor no dia 21 de outubro daquele ano, a poucos dias do segundo turno, numa entrevista em São Luís do Maranhão.

Estamos em junho de 2022 e Bolsonaro foi mencionado por uma pessoa de sua extrema confiança – Milton Ribeiro, alguém sobre o qual ele disse que colocaria “a cara no fogo” – dizendo que recebeu do presidente da República a informação de que poderia ser alvo de uma operação da Polícia Federal.

O nome técnico disso é obstrução de Justiça. Trata-se de uma prática comum de mafiosos que têm informantes dentro da estrutura do Estado. Sem perder tempo conjecturando que tipo de governante o Brasil tem hoje, o fato é que a autoridade mais alta da República pode estar envolvida diretamente no acobertamento de um esquema criminoso, com interferência sobre o trabalho da PF.

Além disso, não esqueçamos que Milton Ribeiro, quando ainda estava no cargo, disse numa conversa – cujo áudio foi divulgado pela imprensa – que Bolsonaro lhe pediu para priorizar a liberação de verbas para amigos dos dois pastores flagrados no escândalo que ficou conhecido como “Bolsolão do MEC”.

Vale lembrar que o governo Bolsonaro começou com as suspeitas do envolvimento do seu clã com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Numa cidade com sete milhões de habitantes, o Rio de Janeiro, descobriu-se que um dos assassinos da vereadora, o miliciano e ex-policial Ronnie Lessa, era vizinho justamente de Jair Bolsonaro no condomínio privado Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca. Lessa foi preso em março de 2019, pouco mais de dois meses após Bolsonaro assumir o cargo mais importante do país. Que coincidência, não?

Faltam quase 100 dias para a eleição presidencial e mais de seis meses para a posse do novo presidente. Nesse momento, entretanto, Bolsonaro já se arrasta para conseguir terminar o seu mandato com o mínimo de dignidade. E ele sabe que, depois da eleição, terá que se esforçar muito para escapar da prisão, destino provável de alguns dos seus filhos também.

(*) Alencar Santana Braga, 46, é advogado e deputado federal (PT-SP). É o Líder da Minoria na Câmara dos Deputados. Foi vereador em Guarulhos e deputado estadual, sempre pelo PT.

 

 

 

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