O deputado Marcon (PT-RS) registrou em pronunciamento no plenário artigo do senador Paulo Paim (PT-RS), onde ele alerta para a falta de interesse político para resolver alguns dos problemas mais graves do País: a corrupção e a sonegação. Marcon ressaltou que o senador Paim, em seu artigo, publicado nesta semana no Jornal do Brasil, informou que só no primeiro semestre de 2015, o Brasil perdeu R$ 258 bilhões devido à sonegação fiscal.
De acordo com Marcon, a corrupção e a sonegação não são de agora. “Não nasceram com os governos petistas, como a grande mídia tenta impor. Elas vêm de décadas de descaso com a coisa pública. Mas, temos que entender e admitir, que elas são mantidas com a conivência do status quo vigente. Não há interesse político individual e nem atitude coletiva dos poderes constituídos e partidários para resolver o problema. O País precisa colocar o dedo nessa moleira”, afirmou o parlamentar petista.
O deputado destacou alguns pontos que considera relevantes do artigo do senador Paulo Paim. “A ONU aponta que, aproximadamente, R$ 200 bilhões por ano são desviados no Brasil pelas vias da corrupção. O SindiReceita informa que o País perde R$ 100 bi com o contrabando, por ano; Cerca de 1300 contribuintes devem R$ 41 bilhões.Todo esse dinheiro que é roubado e sonegado poderia ser multiplicado por duas, três, quatro, cinco vezes o montante que é investido hoje no País em saúde, educação, segurança pública, nas estradas para o escoamento da produção, em projetos sociais, na ciência e tecnologia, no aumento do salário-mínimo e dos proventos dos aposentados e pensionistas”, disse.
Marcon afirmou que o artigo enfoca de forma correta “que não se buscam saídas para o crescimento econômico com verdadeiras reformas de base, como, a realização de uma ampla reforma tributária, a revisão do pacto federativo, o estabelecimento de taxa de juros que estimule o mercado sem empobrecer a população, a própria valorização do salário-mínimo, e, obviamente o combate à corrupção e à sonegação. As reformas previdenciária e trabalhista vêm com essa função de cortina de fumaça, ou seja, a de não atacar de frente os problemas reais do País”.
Quando se fala em flexibilizar a CLT, acrescentou Marcon, “o objetivo é aprovar o negociado acima do legislado, a terceirização da atividade-fim, a regulamentação do trabalho escravo, que, deveria é ser proibido. No caso da Previdência é aumentar a idade mínima de mulheres e homens para que se aposentem o mais tarde possível, sem desfrutar um pouquinho dessa conquista”, finalizou o petista.
Gizele Benitz
Foto: Salu Parente