Representantes da Via Campesina solicitaram nesta quarta-feira (24), apoio ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) para a renegociação das dívidas dos pequenos agricultores e mais recursos para a reforma agrária. Durante o encontro, Maia prometeu levar as reivindicações da categoria à presidenta Dilma Rousseff.
“São reivindicações justas, que dialogam com uma realidade concreta, vivida pelos agricultores assentados e os que trabalham na agricultura familiar, que ao longo do tempo foram se endividando e hoje têm pouca capacidade de pagar as dívidas. Nós vamos encaminhar as reivindicações ao governo federal “, afirmou.
As consequências da crise econômica mundial sobre o setor foram abordadas com o presidente da Câmara pelo coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), José Batista. Segundo ele, a área social é que mais perde recursos em momentos de crise, “justamente quando o setor mais precisa de apoio”.
A pauta dos movimentos sociais foi entregue na terça-feira (23) a vários ministros, entre eles, o do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence durante audiência no Palácio do Planalto e pede também a revisão do endividamento para os assentados e a aquisição de terras para os acampados. Os deputados petistas Luci Choinacki (SC) e Padre Ton (RO), entre outros parlamentares acompanharam a audiência.
“Vamos continuar acompanhando todas as reuniões para buscar a negociação das dívidas dos pequenos agricultores, que chegam a R$ 30 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda”, afirmou Choinacki . Na opinião do deputado Padre Ton, o governo federal precisa reavaliar suas prioridades. “A reforma agrária é fundamental para o combate da miséria . O Programa Brasil Sem Miséria é um grande acerto do governo Dilma Rousseff, mas a reforma agrária precisa de mais atenção no programa”, afirmou.
A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária reúne produtores de todo o País – sem-terra, atingidos por barragem, mulheres camponesas, pequenos, entre outros- até sexta-feira em Brasília. A expectativa é que até lá, o governo apresente uma posição definitiva sobre a pauta de reivindicações.
Ivana Figueiredo
