Afastamento ilegal de Dilma trouxe perdas de direitos e eleição de um presidente que envergonha o Brasil, afirma Guimarães

Deputado Guimarães foi líder do governo Dilma no ano do golpe. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O vice-líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), lembrou durante discurso nesta terça-feira (31), no plenário da Câmara, os cinco anos do afastamento ilegal da então presidenta Dilma Rousseff. Ao resgatar aquele momento triste da história política brasileira, em que atuava como líder do Governo Dilma na Câmara, Guimarães apontou que os motivos alegados para o impeachment foram falsos e que o golpe na democracia trouxe para o Brasil apenas perdas de direitos e a eleição de um presidente incompetente que envergonha o País.

Durante o pronunciamento no tempo da Liderança da Minoria na Câmara, José Guimarães lembrou que a peça que embasou o impeachment de Dilma afirmava que o Brasil “estava ingovernável” e que “a economia não resistiria a mais três anos de governo do PT”.

“Diziam ainda que a presidenta deveria ser afastada por conta das pedaladas fiscais, que muitos até votaram naquele dia pela abertura do pedido sem saber sequer o que era essa pedalada”, recordou. O petista destacou que o próprio Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu que Dilma não havia cometido a tal pedalada fiscal, por conta do pagamento antecipado do Bolsa Família, motivo alegado à época.

Após o impeachment, o vice-líder da Minoria relembrou que os defensores do golpe apostaram nas reformas que retiraram direitos com a justificativa de que isso geraria milhões de empregos e desenvolveria a economia do País. Após cinco anos, Guimarães denuncia que as reformas trouxeram apenas frustação e prejuízo à sociedade brasileira.

“Aprovaram a Reforma da Previdência, a Reforma trabalhista, a PEC do teto de gastos, as privatizações, tudo em nome de que gerariam um novo ciclo de crescimento da economia brasileira, e hoje o Brasil está quebrado. Literalmente quebrado, seja pelo programa executado pelo vice-presidente à época (Michel Temer) e, principalmente agora, por um governo que não tem qualquer responsabilidade fiscal”, observou.

Segundo Guimarães, as reformas também não foram capazes de produzir emprego para o povo brasileiro. “As reformas foram feitas e não apareceram os empregos. Cadê os seis milhões de empregos que era cantados em verso e prosa que iriam ser gerados se a Reforma Trabalhista fosse aprovada?”, cobrou o petista.

Discurso de Dilma foi profético

O deputado José Guimarães disse ainda que o discurso de despedida da então presidenta Dilma Rousseff, após descer a rampa do Palácio do Planalto, foi profético. Ele lembrou que, na ocasião, Dilma afirmou que o golpe não era apenas contra ela ou seu partido e aliados, mas “contra o País e o povo brasileiro”, e que as consequências desse ato iriam atingir principalmente a população mais vulnerável e marginalizada, além das minorias do País.

“Esse é o Brasil de hoje que estamos vivemos, em pleno século XXI. Com uma dívida pública incontrolável, com uma inflação descontrolada, um país desmoralizado perante o mundo, que não sabe sequer fazer relações comerciais com o mundo. Um Brasil que está agonizando porque esse modelo que foi produzido a partir do golpe fracassou”, apontou.

União de forças para reconstruir o País

Apesar das consequências desastrosas do golpe para o País, o vice-líder da Minoria destacou que esse é o momento de somar forças com todos os segmentos que desejam reconstruir o País.

“Hoje o País assiste a um governo fruto desse processo que foi construído, e que muitos se arrependem. É correto se arrependerem, porque a nossa responsabilidade nesse momento é reconstruir o País, juntar todo mundo e não olhar no retrovisor”, observou Guimarães.

Héber Carvalho

 

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