*Benedita da Silva
Passado o momento da eleição para a Mesa da Câmara dos Deputados, apesar de lamentar o fato do PT e PCdoB formarem blocos diferentes, declaro ao mesmo tempo o meu respeito por esse partido combativo, nosso aliado em todas as grandes lutas, e também pelas valiosas e leais companheiras Jandira Feghali, deputada federal, e a nossa companheira de chapa para presidente da República, Manuela D’Avila.
A direita e a extrema direita, que fazem política a partir dos ataques ao PT, o maior partido da oposição, conseguiram influenciar as divergências táticas entre nós e o PCdoB, que optou por votar em Rodrigo Maia como forma de ocupar espaços para melhor fazer oposição a Bolsonaro.
Da nossa parte mantivemos nosso bloco parlamentar formado pelo PT, PSOL, PSB e Rede em torno do nome de Freixo, entendendo ser essa a melhor tática para fazermos a oposição frontal ao fascismo triunfante.
Apesar dessa diferença tática com o PCdoB, restrita à eleição da Mesa, as Fundações de nossos partidos, ou seja, do PT, PSOL, PSB, PCdoB, PDT e Pros criaram o Observatório da Democracia unificado, um importante instrumento de luta para subsidiar os movimentos sociais contra Bolsonaro e seu governo neoliberal radical. Sem dúvida, a ação representa um grande passo na organização da frente democrática, mostrando que é na luta concreta que avançamos na construção da unidade antifascista.
Desses eventos fica a lição de que o processo de unidade não se esgota num ou noutro ato, porque ele é contínuo e sempre colocado à prova diante de cada desafio.
O fundamental é que, em todos os passos desse caminho, nunca podemos deixar que a direita e a extrema direita, com suas intrigas e manipulações consigam nos dividir, nos enfraquecer e nos derrotar. Lula é o nosso melhor exemplo, pois mesmo preso e isolado, nunca permite ser usado pelos inimigos do povo brasileiro.
*Deputada Federal (PT/RJ)