A quem interessa a morte do miliciano do Rio de Janeiro Adriano Nobrega, morto na Bahia no último domingo (9), na Bahia? Essa é a pergunta que parlamentares do PT fizerem no plenário da Câmara nesta terça-feira (11). Para a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), com certeza não é ao governador da Bahia nem ao secretário de Segurança do estado. “Não foi o governador da Bahia ou sua família que condecorou, homenageou, se relacionou com Adriano Nóbrega, nem tampouco foi a família do governador da Bahia que empregou a mulher e a mãe de Adriano Nóbrega, envolvidas nas rachadinhas. Então, a quem interessa é a quem ele estava relacionado: à família Bolsonaro”, afirmou.
Gleisi enfatizou que eles (família Bolsonaro) precisam dar explicações sobre esse crime que é um típico “crime de queima de arquivo”. Ela acrescentou ainda que o Ministério Público do Rio de Janeiro e o Ministério Público da Bahia, que conduziram a operação, têm que dar explicações. “E, por último, o ministro Sérgio Moro (Justiça), que deixou esse foragido ficar um ano fora das listas dos mais procurados”, completou.
Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS) “é um escândalo o que ocorre no Brasil em relação ao envolvimento de integrantes e apoiadores do governo Bolsonaro, com a milícia e o crime organizado. Ela também enfatizou que Adriano Nóbrega era ligado ao senador Flávio Bolsonaro.
“Adriano Nóbrega é nome citado como envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro. É nome envolvido coincidentemente no recebimento de propina, rachadinha, dinheiro indevido do gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro. Até quando o Brasil fechará os olhos? As autoridades do Ministério Público? A Polícia Federal?”, indaga a parlamentar.
“E o juiz Sérgio Moro (Justiça), que se apresenta como tão zeloso da justiça, o que fez Moro para garantir a prisão em vida de Adriano Nóbrega? Prevaricou de suas atribuições? Acaso um envolvido em um crime transestadual não era um caso para a Polícia Federal e para o juiz Moro, ministro de Bolsonaro?”, provocou Maria do Rosário. Ela ainda afirmou que o Brasil precisa saber qual é o envolvimento de Jair Bolsonaro com todas estas mortes que estão colocadas? “Isto precisa ser respondido ao Brasil!”, cobrou.
Perícia
Maria do Rosário também alertou que “se nós nos acostumarmos com isso, não estaremos à altura do poder que temos que exercer neste Congresso Nacional”. Ela argumentou ainda que a morte de Adriano Nóbrega não é uma responsabilidade definida de qualquer ação do governo do estado da Bahia. “Ninguém comanda ações policiais se elas estão direcionadas por interesses outros, que não sejam o da verdade. Nós não temos como avaliar a situação do que ocorreu na Bahia sem perícia técnica, inclusive autônoma”, afirmou.
Vânia Rodrigues