(*) João Daniel
Há algo muito importante para se comemorar: no dia 3 de outubro, a Petrobras completa 70 anos, embora menor do que já foi, mas com uma expectativa de futuro que a fará voltar aos tempos de protagonismo na economia nacional.
Quando foi fundada em 1953 no Governo Vargas, teve a sua criação pautada na necessidade de se promover o desenvolvimento brasileiro, em um momento que o Brasil voltava-se para a industrialização, a partir dos movimentos populares, inclusive da União Nacional dos Estudantes (UNE), e que, com a descoberta do petróleo, lança a campanha nacionalista “O petróleo é nosso”, contra aqueles que queriam entregar as nossas riquezas às empresas estrangeiras.
A Petrobras cresceu, e em 1968 veio a primeira plataforma marítima, com o primeiro campo de petróleo na plataforma continental brasileira, no mar de Sergipe, em 1969, dando origem ao campo de Guaricema. Em 1974, durante a crise do petróleo, descobriu-se a Bacia de Campos – situada na costa entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Alguns anos depois, ela se torna a maior província petrolífera do Brasil, responsável por mais de 80% da produção nacional do petróleo.
Em 2007, com Lula, a descoberta do pré-sal traz um novo horizonte para a indústria de petróleo mundial. Paralelamente, é criada uma série de ações estratégicas que garantem o desenvolvimento de toda a cadeia de bens e serviços, trazendo tecnologia, capacitação profissional e grandes oportunidades para a indústria nacional. Dez (10) anos depois, a produção no pré-sal alcança a marca de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia.
Com tantas conquistas em um setor tão estratégico para o mundo, a empresa tornou-se alvo de muitos interesses e enfrentou nos governos Temer e Bolsonaro o maior desmonte de sua história, reduzindo sua participação na economia nacional.
Mas, apesar de todos os ataques que sofreu, a Petrobras continua sendo um dos principais agentes indutores do desenvolvimento nacional, símbolo maior da nossa soberania e da capacidade de superação e vitória do povo brasileiro.
A empresa, inclusive, já tomou diversas iniciativas nessa direção: mudou sua política de pagamento de dividendos para ter mais recursos para investimento; incluiu aspectos nacionais na sua política de preços de combustíveis; anunciou a reabertura de uma fábrica de fertilizantes e investimentos em seu parque de refino.
Com foco na transição energética, a Petrobras voltou a ser uma nova esperança, e com Lula e Jean Paul Prates, a companhia, após anos de ataques de governos anteriores, volta a fazer parte do projeto de desenvolvimento do país, com o cancelamento da venda de ativos estratégicos, com o objetivo de ser uma empresa de energia, integrada, indutora do desenvolvimento econômico e social do país, comprometida com a sociedade brasileira, com os trabalhadores, e com a transição energética justa.
Parabenizo assim, a nova direção da Petrobras pelo desafio de fazer a empresa voltar a ser a grande impulsora do nosso desenvolvimento e aos companheiros e companheiras de luta da Federação Única dos Petroleiros (FUP), da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), dos Sindicatos dos Petroleiros (Sindipetro) de Sergipe, e de todos os estados, pela resistência e luta que permitiu a reconstrução, aos 70 anos, dessa empresa estratégica do povo brasileiro. E ao presidente Lula, pela visão de futuro.
- João Daniel é deputado federal (PT-SE)