A demissão de Salles e o impeachment de Bolsonaro são decisivos para salvar o meio ambiente, diz Paulo Teixeira

Hoje, no dia Mundial da Terra e também da abertura da Cúpula de Líderes sobre o Clima, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou no plenário da Câmara que o presidente Bolsonaro é um “delinquente” e o maior “criminoso” contra o meio ambiente que já se conheceu. “E o seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, igualmente, é um delinquente. Ele só é ministro até hoje porque ele protegeu o ataque ambiental”, acusou. Segundo o deputado, o proprietário que não queria ter reserva legal e o madeireiro que queria praticar o corte ilegal foram protegidos por Salles. “E não digo isso num discurso meramente político: o ministro do Meio Ambiente foi indiciado neste momento por proteger madeireiros ilegais”, reforçou.

Por isso, na avaliação do deputado Paulo Teixeira, para o mundo e o Brasil, só há uma saída para proteger o seu meio ambiente. “É a demissão do ministro contra o Meio Ambiente – porque eu não posso chamá-lo de ministro do Meio Ambiente -, esse mercador dos ativos ambientais, esse negociante dos ativos ambientais. Foi por esse ministro que se aumentaram a invasão das terras indígenas, a mineração em terras indígenas, o corte ilegal de árvores na Amazônia, os incêndios florestais criminosos”, denunciou.

O deputado enfatizou que além de deixar o cargo, Salles tem que responder criminalmente pelos seus crimes. “E o presidente da República precisa sair também por meio de impeachment, porque ele não tem condição de proteger o meio ambiente”, afirmou o deputado, ao lembrar que já foram protocolados na Casa mais de 100 pedidos de impeachment do presidente Bolsonaro.

Madeireiros ilegais

Paulo Teixeira afirmou que é tão grave a conivência do governo Bolsonaro com o crime ambiental, que agora o ministro Salles acaba de ser denunciado por proteger madeireiros ilegais. Ele informou que o ministro do Meio Ambiente foi indiciado pelo delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal do Amazonas, por conluio com madeireiros ilegais. “E quem foi punido? Foi punido o delegado de Polícia, que foi exonerado, a pedido do presidente da República. Mas o ministro contra o Meio Ambiente continua”, protestou.

O parlamentar citou ainda que o ministro Salles também já tentou mudar a legislação de proteção das restingas e dos manguezais. “Essa proteção só não foi retirada porque o Partido dos Trabalhadores impetrou, perante o Supremo Tribunal Federal, uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) e exigiu que esses decretos fossem cancelados. O pedido do PT foi acatado pela ministra Rosa Weber. “Caso contrário, já teriam retirado a proteção dos manguezais e das restingas”, completou.

Nações indígenas

Falando pelo tempo de Liderança da Oposição, Paulo Teixeira disse que neste no Dia Mundial do Planeta Terra as homenagens iriam para as nações indígenas do Brasil, porque, segundo o deputado, quem preserva a terra são os indígenas, e não este governo criminoso. “Quero homenagear todos os que protegem o meio ambiente, todos os que se dedicam à proteção ambiental do Brasil. Peço que nós possamos votar um dos pedidos de impeachment do presidente da República, para que o mundo ganhe em proteção ambiental. Por isso, no Dia Mundial da Mãe Terra, eu só posso pedir: Fora, Salles! Fora, Bolsonaro! para que nós possamos preservar a nossa casa comum, a nossa terra, que está sendo atacada por esse presidente e por esses ministros irresponsáveis.

Aquecimento global

O deputado falou ainda sobre o aquecimento global, que está comprometendo a existência de muitas espécies, da diversidade. “Nós estamos vivendo um tempo em que a relação do ser humano com o meio ambiente é tão perversa que estão surgindo doenças muito agressivas, como a Covid-19, que se deve à destruição ambiental”, afirmou, ao acrescentar que é tempo de reverter a agressão ao meio ambiente, de reverter a agressão à Terra.

Paulo Teixeira citou que os Estados Unidos voltaram a se preocupar com a emissão de gases e organizaram a Cúpula do Clima porque mudou o presidente da República. “Tiraram o Trump e colocaram o Joe Biden. Pela política, reverteram o ataque climático que o Trump vinha praticando e, pela política, colocaram outro presidente que se comprometeu com o Acordo de Paris”, explicou.

O Acordo de Paris, lembrou Paulo Teixeira, foi assinado pela então presidenta Dilma Rousseff. “Aliás, o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma lideraram os acordos climáticos no mundo, ajudaram a chegar nesses acordos climáticos. E o que estamos vendo aqui, infelizmente, é um presidente brasileiro que agride a terra. Estamos vendo um presidente que estimula todas as práticas deletérias contra o meio ambiente, um presidente que tem como ministro para a área ambiental ligado a todas as práticas criminosas de destruição do meio ambiente”.

Dia do Fogo

O deputado recordou ainda que houve no Brasil, no ano de 2019, o Dia do Fogo, quando vários proprietários da região amazônica colocaram fogo nas suas propriedades, “sob os olhares do presidente da República que nada fez, porque era conivente com o Dia do Fogo”. E tão grave foi o Dia do Fogo, explicou o parlamentar, que a fumaça que veio da região amazônica chegou à cidade de São Paulo tal era o tamanho e a dimensão dos “incêndios criminosos provocados, sob o olhar do presidente da República e do seu ministro contra o Meio Ambiente”.

Ele citou ainda as queimadas ocorridas no Pantanal, no ano passado, nunca antes existentes nessa proporção e nessa dimensão. “Queimadas essas que comprometeram o ecossistema pantaneiro, mataram animais e comprometeram aquele que é um dos mais ricos ecossistemas do Brasil, e o presidente Bolsonaro e o ministro Salles nada fizeram para conter aqueles incêndios.

Deputado Paulo Teixeira. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Vânia Rodrigues

 

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