A emergência climática exige respostas urgentes e ações concretas. Por isso, como deputado federal, tive novamente a honra de representar o Brasil e destacar temas essenciais para o nosso desenvolvimento sustentável e para a preservação da vida no planeta na 29ª Conferência do Clima, a COP 29, realizada em Baku, no Azerbaijão.
Apesar dos enormes incidentes que temos enfrentado, como as tragédias recentes no Rio Grande do Sul e na Espanha, os incêndios de grandes proporções e os eventos extremos de inundação e seca, os países mais ricos ainda estão relutantes em assumir suas responsabilidades históricas e destinar os recursos necessários para o financiamento climático — tendo reduzido a meta inicial de 1,3 trilhão de dólares anuais para apenas 300 bilhões.
É essencial que as nações compreendam que investir agora em prevenção e mitigação custa muito menos do que será necessário para lidar com as consequências devastadoras desses eventos no futuro. Esses recursos são fundamentais para evitar perdas humanas e preservar vidas.
Entre os pontos que defendi está o fortalecimento da agricultura familiar, que é um pilar estratégico no enfrentamento das mudanças climáticas. Os agricultores e as agricultoras familiares alimentam o mundo e ajudam a preservar nossos recursos naturais. No entanto, esse trabalho só será viável com o fortalecimento de políticas públicas e com a garantia do acesso a recursos financeiros que assegurem práticas cada vez mais sustentáveis.
Outro tema central que segue entre as nossas prioridades é a luta pelos direitos dos povos originários, especialmente os povos indígenas, que são guardiões das nossas florestas. Eles desempenham um papel decisivo na proteção da biodiversidade e na contenção do avanço das mudanças climáticas. É indispensável garantir seus direitos territoriais e o respeito às suas culturas, para que nossos biomas continuem sendo fonte de vida e equilíbrio para o mundo.
A Amazônia, nesse sentido, foi um dos temas fundamentais — e não poderia ser diferente. Sua preservação é vital para a sobrevivência da humanidade. Proteger esse bioma não é um dever apenas do Brasil, mas uma necessidade global.
Encerramos a COP 29 com a expectativa da próxima edição, a COP 30, que será realizada em Belém do Pará, no coração da Amazônia. O Brasil terá um papel ainda mais importante, especialmente após os impasses e as frustrações da COP 29. Nosso país se encontra diante do desafio de liderar uma agenda mais ambiciosa. Precisaremos ir além da mediação de conflitos, pressionar por justiça climática, exigir maior compromisso dos países ricos e consolidar nossa posição como país líder em negociações climáticas globais.
A luta climática é a luta por nossas vidas e pela sobrevivência das futuras gerações. Por isso, continuaremos firmes na defesa de um Brasil e de um mundo mais justos e sustentáveis.
Artigo por Carlos Veras, deputado Federal (PT/PE)