O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu nesta quarta-feira (9), o projeto de lei 6077/09 que estabelece diretrizes para o zoneamento agroecológico nacional da cana-de-açúcar. A proposta veda o plantio dessa cultura nos biomas Amazônia, Pantanal Mato-Grossense, Bacia do Alto Paraguai e em áreas de vegetação nativa.
A defesa foi feita em audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia.
“O zoneamento agroecológico é uma medida apropriada e boa para o Brasil. A queimada, a destruição da vegetação nativa, a destruição da palha da cana que pode gerar energia renovável não são boas para o País”, disse o ministro.
Segundo Minc, a Embrapa listou 42 milhões de hectares aptos ao plantio da cana-de-açúcar. E com isso, disse o ministro, o País vai dobrar em dez anos a área de cultivo da cana.
Para o ministro, o Brasil é um dos poucos países do mundo que pode ampliar a produção de alimento, ampliar as áreas protegidas,e ampliar a produção do etanol.
O ministro expôs ainda aos parlamentares as diretrizes estabelecidas pela Embrapa quanto à seleção da área para plantio e que dizem respeito à qualidade do solo, à precipitação fluvial, declividade de 12 graus e à vegetação nativa.
Na avaliação do deputado Fernando Melo (PT-AC), um dos autores do requerimento que propôs a realização da audiência pública, o encontro propiciou esclarecimentos necessários para a compreensão do tema. “Eu saio daqui convencido com as explicações do ministro. Ele apresentou argumentos fortes na defesa da proibição do plantio da cana-de-açúcar na região estabelecida pelo projeto. A cana, por ser uma monocultura, agride o meio ambiente. Nós devemos proteger os nossos biomas. Vedar o plantio da cana na Amazônia significa proteger o planeta”, defende.
Benildes Rodrigues