Pacientes e profissionais denunciam desmonte de Temer na área da saúde mental

Durante Sessão Solene em Homenagem ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial, comemorado hoje, pacientes e profissionais da área da saúde mental denunciaram nesta sexta-feira (18) os desmontes da política de assistência desse setor por parte do governo ilegítimo de Michel Temer e do governo de Rodrigo Rollemberg, no Distrito Federal.

Em contraposição ao desmonte, os participantes da sessão defenderam o fortalecimento dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que realizam atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. A cerimônia foi proposta e presidida pela deputada Erika Lula Kokay (PT-DF).

O representante do Movimento Pró- Saúde Mental, Kleidson Oliveira, criticou o governo federal e a coordenação nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, do Ministério da Saúde, comandada por Quirino Cordeiro, por defender o retorno do modelo manicomial e da expansão dos leitos em hospitais psiquiátricos como forma de tratamento.

“A nossa luta é por um tratamento das pessoas com liberdade, em um Caps, para depois ficarem com a família, sem nenhum dia no manicômio. Enquanto isso, o senhor Quirino defende o antigo modelo. Nós queremos um tratamento humanizado e moderno. Nenhum passo atrás, manicômio nunca mais”, disse.

A representante da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), Andressa Ferrari, disse que somente a resistência da sociedade pode barrar mais esse retrocesso. “Ou defendemos o SUS ou nos conformamos com o lugar comum. Neste dia em que comemoramos a Luta Antimanicomial, o ministério da Saúde libera verbas para aparelhos de eletrochoque, e o Governo do Distrito Federal (GDF) comemora a abertura de novos leitos psiquiátricos. Temos que humanizar o tratamento, e manicômio não humaniza, e sim tortura”, observou.

Como testemunho da forma desumana como os manicômios tratavam as pessoas com transtornos psíquicos no passado, a diretora da ONG Inverso, Ana Fiva, detalhou a chocante experiência que motivou seu ingresso na luta pela reforma psiquiátrica. A ONG em questão promove a convivência e a inserção social de pessoas com transtornos mentais.

“Na primeira vez que fui a um manicômio, uma cena me marcou. Vi um refeitório, que era uma sala aberta, onde a comida era jogada pelo teto. Após cair no chão, as pessoas corriam para comer com as mãos. Depois, os funcionários aguardavam as pessoas defecarem nessa mesma sala e então entravam com enormes mangueiras jogando agua para ‘limpar as pessoas’. Só então elas eram levadas para um grande pátio para serem secas ao sol”, detalhou.

Foto: Gustavo Bezerra

O psicólogo e especialista em Saúde Mental pela Universidade de Brasília (UnB) Alexandre Reis ressaltou progressos ocorridos na área, mas destacou a necessidade de novos avanços. “O processo civilizatório de luta contra a estigmatização das pessoas vulneráveis, de sua apartação da sociedade e pela superação do sofrimento humano, seja ele psíquico ou social, avançou muito desde a Constituição de 1988, mas não pode parar. Teremos sempre novas lutas para garantir direitos e participação social”, destacou.

Para a deputada Erika Kokay, os manicômios não podem voltar, porque foram “um verdadeiro holocausto, onde as pessoas eram desprovidas de sua humanidade”. “O Brasil demorou muito para conquistar a reforma psiquiátrica e garantir os direitos das pessoas com transtornos psiquiátricos. Não tem como continuar existindo os hospitais psiquiátricos. Temos que lutar para fortalecer os Caps e incluir as suas políticas públicas na atenção básica para acolher, apoiar e profissionalizar as pessoas com transtornos psíquicos”, destacou.

Congresso – Durante a sessão solene, o presidente do 6º Congresso Nacional de Saúde Mental, psiquiatra Ricardo Lins, ressaltou que a luta antimanicomial será debatida no evento que ocorrerá de 31 de maio a 2 de junho, em Brasília. “O sucesso para o tratamento de pessoas com transtornos psíquicos é continuar expandindo os serviços de base territorial dos Caps nos municípios”, ressaltou. Segundo ele, cerca de 2.600 municípios contam com este tipo de atendimento no País.

 

Héber carvalho

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100