Um Brazil com “z”, outro Brasil com “s”

Um Brazil escrito com “z” para americano tomar de conta, com direito à “apagão” elétrico e prejuízo de R$ 45,2 bilhões aos brasileiros; privatização de empresas estratégicas, como a Vale do Rio Doce; afundamento de plataforma de petróleo; e tentativa de mudar o nome da Petrobras para Petrobrax. Era esse o mundo não tão distante comandado por tucanos, onde as decisões sobre o futuro do Brasil obedeciam à sanha do capital estrangeiro, ávido por abocanhar riquezas e empresas nacionais.

Anos depois, um outro Brasil foi escrito – agora com “s” – para brasileiro ver e morar, com direito à expansão do setor elétrico; universalização da oferta de energia, por meio do “Luz para Todos”; fortalecimento de empresas estatais estratégicas, como Petrobras e Eletrobras; descoberta do pré-sal; criação de um novo marco regulatório do petróleo, privilegiando interesses nacionais e garantindo segurança às futuras gerações de brasileiros – tudo isso, com foco na soberania do País.

Há dois anos, com o golpe que destituiu Dilma Rousseff, o Brasil voltou ao passado. Vive agora constante ameaça de dilapidação de seu patrimônio, com algumas tentativas já consumadas, como a mudança no marco regulatório do pré-sal, que praticamente entrega essa riqueza às grandes multinacionais do petróleo. O governo de Temer, assim como fizeram os governos tucanos, sempre sustentados por grupos econômicos antinacionais, valeram-se historicamente de argumentos falaciosos para dar seguimento aos seus planos contrários aos interesses do Brasil.

A Petrobras, por exemplo, bate sucessivos recordes de produção, com o pré-sal já atingindo mais da metade da produção nacional. Mas, sob o comando dos golpistas, a estatal reduziu a capacidade de suas refinarias e acelerou o processo de vendas de seus ativos, caminhando na contramão do que fizeram os governos Lula e Dilma. Além disso, dedicam-se a criar outros agravantes: o setor está cada vez mais aberto para receber empresas internacionais, para aumentar a importação de equipamentos e serviços – prejudicando a indústria nacional e gerando desemprego – e para deixar o País mais dependente da importação de derivados. Uma tragédia anunciada.

De forma semelhante, o atual governo ilegítimo também aponta sua artilharia na direção da Eletrobras e do marco regulatório do setor elétrico brasileiro. Sob a falsa justificativa de melhorar a prestação dos serviços e sanear o setor, esconde-se o real objetivo golpista de beneficiar o setor financeiro e os grandes consumidores de energia elétrica no País. O governo fala que pretende arrecadar R$ 12 bilhões com a venda da Eletrobras, uma empresa cujos ativos acumulados no decorrer dos anos beiram os R$ 400 bilhões.

“Em todos os países sérios do mundo, energia, gás e petróleo são setores estratégicos da economia. Jamais podem ser vendidos. Duvido que países como Estados Unidos e China decidam entregar seus patrimônios. Isso é uma questão de soberania nacional. Agora, querem entregar a Eletrobras com o argumento de que ela é deficitária. Mas, na verdade, é uma empresa estatal forte, com papel estratégico no desenvolvimento do País. Querem vendê-la a preço de banana. Não vamos permitir”, protesta o líder da Oposição na Câmara, deputado José Lula Guimarães (PT-CE).

 

Tarciano Ricarto

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