Parlamentares do PT entraram hoje (20), no Conselho Nacional de Justiça, com uma reclamação disciplinar contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por espalhar na internet mentiras contra a vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), assassinada na última quarta-feira (14).
O documento é assinada pelas deputadas Ana Perugini (PT-SP), Benedita da Silva (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Luizianne Lins (PT-CE), Margarida Salomão (PT-MG), Maria do Rosário (PT-RS), e pelos deputados Paulão (PT-AL), Wadih Damous (PT-RJ) e o líder da Bancada, Paulo Pimenta (PT-RS).
As fake news contra Marielle propagadas pela desembargadora permitiram descobrir o discurso de ódio da magistrada sobre outros temas. A página da magistrada se tornou uma verdadeira central de notícias falsas, nutrida pelo incompreensível e repugnante ódio racial, homoafetivo, de classe, político e até por pessoas com deficiência.
Na reclamação, os parlamentares argumentam que “não há como dissociar a conduta ética da reclamada como cidadã e da que tem como juíza” e que no exercício da magistratura, “há deveres de comportamento mais relacionados ao exercício da jurisdição e outros à própria conduta enquanto cidadã. Um é complemento do outro e os Códigos de conduta punem ambos”.
Os parlamentares observam que não é possível aceitar que o discurso do ódio continue ferindo a honra e a dignidade de pessoas e grupos sociais, produzindo dor, sofrimento e até a morte. “Embora não seja um fenômeno recente na história, é perceptível, infelizmente, o crescimento do discurso de ódio, notadamente estimulado pelo uso de instrumentos de comunicação de massa como as redes sociais”, observou Wadih Damous.
Leia abaixo a íntegra da reclamação
Representação-CNJ-Desembargadora_VF
PT na Câmara
Foto; Divulgação