A luta por democracia e a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva foram a tônica dada por um grupo de mulheres que se reuniu, nesta segunda-feira (19), em frente do Supremo Tribunal Federal (STF) para manifestar indignação diante da ruptura do processo democrático e contra a perseguição pelo qual o ex-presidente Lula vem passando.
De acordo com o manifesto das “Mulheres Com Lula” que está sendo escrito à várias mãos, nos últimos tempos, tem havido uma recorrente violação do Estado Democrático de Direito, com ações arbitrárias praticadas contra o presidente Lula e sua família. Tal violação, segundo o documento, atinge frontalmente o povo e fere a frágil democracia brasileira.
“Protestamos conscientes de não haver qualquer prova de cometimento de crime pelo ex-presidente, mas apenas iniciativas precárias e recorrentes de obter sua condenação a qualquer custo”, diz o texto.
Para a presidente do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal, deputada Erika Kokay (PT-DF), movimento como esse que ocorreu no STF carrega muito simbolismo, porque, segundo ela, ao retirar a mordaça, as mulheres se colocam em movimento e dizem à sociedade “é preciso cuidar da democracia que está no pelourinho do País”.
Citou a deputada que o Brasil vive um momento de golpe que se expressa de várias formas. “Todos os dias a gente vê a roupa que se põe no golpe. Ora o golpe veste paletó, outra ele veste farda e ora ele veste toga. E o golpe está se vestindo e beijando a nossa face, arrancando o pão da mesa do trabalhador”, denunciou Erika Kokay.
A deputada observou ainda que nesse processo todo é fácil verificar que a elite brasileira nunca se conformou com a inexistência de “casas grandes e senzalas”, que nunca suportou o “vigor dos quilombos”. “Por isso, eles têm tanto medo de Luiz Inácio Lula da Silva, que está sendo brutalmente perseguido”.
Erika reforçou que é em Lula que o povo está depositando a esperança de ter um Brasil mais justo, “no qual a menina que se formava em direito dizia: eu sou filha da empregada doméstica e estou dentro de uma universidade que a elite queria que só pudesse acatar seus próprios filhos”.
Lembrou a parlamentar que o mesmo golpe que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República sem que ela tivesse praticada nenhum crime, é também o golpe que está condenado o ex-presidente Lula sem crime e sem prova.
“Só que o povo brasileiro sai às ruas e aproveita o momento de carnaval para dizer que não somos e nem seremos servos”, enfatizou Erika Kokay.
Benildes Rodrigues