A pesquisa Datafolha concluída na semana passada confirmou a tendência de recuperação da imagem do PT. Conforme as tabelas completas do instituto divulgadas, o partido é mencionado como o preferido por 19% dos brasileiros. É uma taxa que a legenda não alcançava desde 2014, ano em que a ex-presidente Dilma Rousseff foi reeleita.
Esta é a terceira pesquisa seguida do Datafolha que registra alta da preferência pelo PT. Em abril, a taxa foi de 15%. Em junho, 18%. No atual ranking, PMDB e PSDB aparecem bem atrás do PT, tecnicamente empatados com 5% e 4%, respectivamente. Só outras duas agremiações pontuam nesse estudo: PSB e PSol, cada uma com 1%.
Conforme o histórico do Datafolha, o PT lidera em preferência desde o fim dos anos 90, ainda quando fazia oposição ao governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Durante muitos anos, ostentou taxa acima de 20%.
Uma forte queda ocorreu no início de 2015, começo do segundo mandato de Dilma. Em março daquele ano, o PT chegou ao seu pior momento. Marcou 9% e ficou tecnicamente empatado com os 6% do PSDB – o melhor resultado histórico dos tucanos. O período coincide com a primeira grande onda de protestos contra Dilma. Em dezembro de 2016, fim do ano que ficou marcado pelo impeachment, o PT voltaria a registrar 9%. Na série histórica desde 1989, o melhor momento do PT foi em abril de 2012, quando foi citado como preferido por 31%.
Na pesquisa realizada em 27 e 28 de setembro com 2.772 entrevistas, os melhores desempenhos do PT foram registrados na região Nordeste, onde é citado como o preferido por 29%; entre os eleitores com ensino fundamental, 26%; e entre os que têm renda familiar mensal de até dois salários mínimos, 24%. Os piores desempenhos ocorreram no grupo dos que têm renda entre 5 e 10 salários (8%), entre os que recebem mais de 10 salários (10%) e entre os que têm ensino superior (10%).
Como ocorre há anos em pesquisa desse tipo, a maioria da população não tem nenhuma preferência partidária. Desta vez, a taxa do “nenhum” foi de 63%. Com margem de erro de dois pontos, o levantamento de intenções de voto mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como líder isolado em todas as simulações de primeiro turno, sempre com 35% ou mais.
O petista marcou 42% de rejeição (ante 46% em junho) e também venceu as simulações de segundo turno contra os principais rivais. O único que empata com ele é o juiz Sergio Moro, que manifesta desinteresse em disputar.
Jornal O Valor Econômico