A unidade do campo da oposição, configurada na semana passada durante a votação da denúncia contra Michel Temer, continua a todo vapor. Nesta terça-feira (8), os partidos de oposição constituídos pelo PT, PC do B, PDT, Psol, PSB e Rede, reunidos, chegaram ao entendimento sobre a unidade em torno da manutenção do atual sistema eleitoral, com os aperfeiçoamentos previstos no relatório da Reforma Política (PEC 77/2003), apresentados pelo relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP).
O líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que o melhor a fazer, neste momento, é manter o sistema proporcional com supressão das coligações, incluindo a cláusula de desempenho e o financiamento público e das pessoas físicas.
“Esses são avanços que consideramos muito importantes que sejam feitos agora e a oposição, como um todo, acha que neste momento isso já é suficiente. Aquilo que está previsto para 2020 ou 2022 deve ser discutido com o novo Congresso”, defendeu o líder, sobre outros itens do texto apresentado pelo relator da matéria. “O texto do Vicente Cândido tem bastante avanços em relação ao que diz respeito ao sistema político brasileiro”, ponderou Zarattini.
Para o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), defender esses temas que constam do relatório da PEC 77 significa valorizar a maior participação da sociedade no sistema político brasileiro.
“Os partidos presentes reafirmaram suas posições ideológicas que é a defesa de voto em lista preordenada, porém, nós vamos defender – por que não tem ambiente para aprovar essa proposta -, o aperfeiçoamento do modelo proporcional atual. Esse aperfeiçoamento é necessário e urgente do ponto de vista eleitoral”, observou Guimarães
Distritão – Para Guimarães, o Distritão, sistema eleitoral que tem acolhimento da maioria da base do governo de Michel Temer, é um desastre. “É um duro golpe ao eleitor. Ele arrebenta com os partidos, pois cada um vai ser eleito do jeito que quer, não vai ter mais compromisso programático com nada e incentiva a reeleição dos atuais parlamentares”, afirmou Guimarães.
Já o líder Zarattini reafirmou que Distritão é um sistema contrário à concepção de partido. “É um sistema que personaliza o voto, desvincula o candidato do seu partido, restringe a renovação e induz à diminuição do número de candidato. A renovação, fundamental no processo político, ficaria prejudicada”, considerou.
Benildes Rodrigues