Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (3), um dia após a rejeição da denúncia contra o presidente ilegítimo Michel Temer, o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), avaliou que o governo saiu mais fraco desse processo, com sua base política fragilizada. De uma base parlamentar anunciada de cerca de 400 deputados, apenas 263 votaram com Temer, contra 227.
Além do mais, disse o líder, a conta da não aceitação da denúncia saiu caríssima para o Brasil com liberação de emendas, assinatura de convênios para prefeituras, além de atender fortemente a bancada ruralista, enviando ao Congresso Nacional uma MP aliviando dívidas previdenciárias e reduzindo alíquotas tributárias dos produtores rurais. “Só isso resultou em um prejuízo para o Brasil de cerca de 5 bilhões de reais em receitas”, disse o líder do PT.
“O governo fez um verdadeiro balcão de negócios. Prometeu a liberação de emendas, de convênios. Agora vai ter que efetivar isso. Vamos ver nos próximos dias. Muitas promessas não serão cumpridas, e a base que foi fiel ao governo vai querer diferenciação dos infiéis. Vai haver muito confronto na base, apesar da tentativa do governo de contemporizar”, avaliou Zarattini. Ele prevê que, a partir de agora, para quitar esta conta haverá a redistribuição de cargos e de ministérios.
Sobre a votação da Reforma da Previdência, já anunciada como prioridade pelo ministro da Casa Civil, Elizeu Padilha, Zarattini disse que o povo está consciente de que, na prática, a reforma vai impedir que milhões de brasileiros se aposentem. “Além do mais, muitos deputados da base aliada já diziam que não votariam na Reforma da Previdência. Não vejo motivo para eles terem mudado de opinião. O governo saiu mais fraco. Acredito na pressão do povo para a rejeição da reforma”.
Sobre a nova denúncia contra Michel Temer, a ser encaminhada pela Procuradoria Geral da República, ele acredita que deputados que votaram com o presidente agora podem mudar de posição. “Acho que a situação do governo será pior. Estamos com a oposição mais unida. Vamos continuar trabalhando desta forma”, finalizou.
(PT na Câmara)