Confiança e unidade. Esses foram os sentimentos dos líderes do PT, PC do B, PSol, Rede, e de outros parlamentares que participaram da reunião dos líderes da oposição que debateu o procedimento da bancada oposicionista na votação da denúncia de corrupção passiva que pesa sobre Michel Temer, marcada para esta quarta-feira (2).
“A nossa avaliação, com o levantamento que fizemos agora, caminha a passos largos para obtermos os 342 votos”, afirmou o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) sobre os números necessários para a admissibilidade da denúncia contra Temer.
“Posso assegurar aos brasileiros que a oposição já tem a maioria. Estamos levantando esses dados e, a cada dia, a cada momento, surge uma novidade”, antecipou.
Lembrou o líder da Minoria que enquanto o presidente ilegítimo constituiu um balcão de negócios para angariar votos e se safar no plenário da Câmara, a oposição trabalha na política. De acordo com Guimarães, a pressão social, o papel exercido pelas mídias sociais e a imprensa alternativa, têm contribuído para a virada do jogo.
“Ainda não passamos a quinta marcha, mas os passos estão largos para passarmos e, finalmente, aprovarmos a denúncia contra o Temer. O governo bate, e não consegue 200 votos. Por isso a nossa unidade nessa questão central é fundamental. Há uma sintonia fina da oposição com o país”, afirmou confiante José Guimarães.
Rito – Essa sintonia também foi citada pelo líder da bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que se posicionou contrário ao rito estabelecido pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não privilegia o debate sobre tema tão importante para o futuro do país.
“Nós, da oposição, definimos alguns procedimentos unitários e o objetivo é que toda a população brasileira possa assistir ao debate. Os parlamentares e os líderes partidários precisam se expressar na sessão. Portanto, essa votação não pode ser sumária, não pode ser uma votação a toque de caixa. O povo brasileiro precisa conhecer os argumentos e o posicionamento de seus deputados”, defendeu Zarattini.
Já o deputado Guimarães, em nome da oposição, disse que ela não vai aceitar o rito anunciado pela Mesa Diretora. “Nós vamos cobrar do presidente Rodrigo Maia aquilo que ele havia combinado conosco, de sentar e discutir o rito. Nós não queremos votar essa matéria sem transparência, queremos cada um mostrando a sua cara”, afirmou.
Benildes Rodrigues