Oposição defende pressão para barrar manobras de Temer

Reuniram-se nesta terça-feira (4), na Liderança da Minoria da Câmara dos Deputados, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Intersindical, a Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB) e a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Na pauta, a avaliação da greve geral do dia 30 de junho e as mobilizações para combater a agenda golpista, no Congresso Nacional e nas ruas.

Segundo as centrais e os parlamentares presentes, apesar da traição da Força Sindical e da UGT à classe trabalhadora, ao não participarem da mobilização, e da propaganda negativa feita pela imprensa, o ato foi um sucesso, em todas as partes do Brasil. Para o deputado Enio Verri (PT-PR), a imprensa aproveitou o número reduzido de marchas, para confundir a população e desacreditar o ato da greve, que não tem necessariamente a ver com a concentração de trabalhadores em grandes marchas.

“Em primeiro lugar, é necessário ressaltar o comportamento da Força Sindical e da UGT, que colocaram seus sindicalizados para furar a greve. Num momento em que os trabalhadores são escorchados pela destruição de mais de 100 artigos da CLT, elas viram as costas para eles. Quanto ao esvaziamento dado pela imprensa, devemos lembrar que greve geral é dia de se postar na porta de seu local de trabalho para impedir o acesso dos fura greve”, esclarece o deputado.

É consenso no grupo a insustentabilidade de Temer, ainda mais depois da prisão de Geddel Vieira Lima, acusado de obstrução à justiça. O Executivo vive dias tenebrosos, na expectativa das delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro. Apesar do esvaziamento da base aliada, oposição e centrais reconhecem que não será fácil aprovar a investigação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJC), devido ao jogo pesado de cooptação feito por Temer.

“O governo está oferecendo o céu e a Terra para livrar seu nome na CCJ, mas os deputados estão reticentes em aceitar dinheiro e cargos de um governo em estado de putrefação. Em 2018, os parlamentares serão cobrados por terem posado para foto ao lado de um governo cuja aprovação popular é uma margem de erro”, afirma Enio Verri.

Além das mobilizações congressuais possíveis, tanto os parlamentares quanto as centrais sindicais reforçaram a necessidade de ampliar a pressão aos parlamentares, nos seus estados, nas suas cidades, nos aeroportos e, até mesmo, na porta de suas casas. Foi por meio desse tipo de ação que a reforma da Previdência foi paulatinamente esvaziada e postergada para data indefinida.

(AP)

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