Programas brasileiros de redução da pobreza despertam interesse de outros países

nazareno e eudes1609_D1A estratégia brasileira para reduzir a pobreza despertou o interesse de outros países que querem saber qual a receita usada por aqui, avalia o diretor do Grupo de Redução da Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Selim Jahan, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Jahan citou algumas nações, como Índia, Turquia e Botsuana, que estão atentas às ações brasileiras, entre elas, o Bolsa Família. Segundo ele, um grande número de países africanos pode usar a experiência brasileira.

“O benefício está aí. Não estamos falando apenas de transferência de dinheiro, mas estamos falando em dar educação e outros benefícios”, disse Jahan, que trabalha na sede do Pnud, nos Estados Unidos, e veio ao Brasil para participar de reuniões no Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), uma parceria do Pnud com o governo brasileiro.

Na opinião do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Alimentar e Nutricional, as declarações do diretor do Pnud atestam a eficácia das políticas públicas adotadas pelo governo Lula e aprofundadas pela presidenta Dilma Rousseff.

“Nós, que atuamos na Frente Parlamentar de Combate à Fome na América Latina e Caribe, sabemos do impacto que as experiências brasileiras têm tido tanto na América Latina, quanto em outros países, inclusive desenvolvidos, mas que têm sofrido com a crise econômica internacional. Os instrumentos que o Brasil tem adotado, como a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), a Lei da Alimentação Escolar, o Programa de Aquisição de Alimentos (que tem sido popularizado pelo Programa Mundial de Alimentos) e o Bolsa Família, entre outros, possuem resultados muito visíveis, comprovados tanto pelo IBGE como por outros órgãos, no sentido de diminuir a segurança alimentar e a pobreza em geral”, afirmou Fonteles.

O deputado Eudes Xavier (PT-CE) concorda com o colega e acrescenta outras iniciativas criadas ou fortalecidas pelo PT na administração federal. “O programa Territórios da Cidadania desempenha um papel fundamental no combate à pobreza rural, sobretudo porque possibilita a participação da população na sua gestão, o que fortalece a sua autonomia e a sua organização social, assim como ocorre com os programas de economia solidária, a exemplo do Banco Palmas, de Fortaleza, que articulou uma rede de bancos de economia solidária em diversas localidades do Brasil, inclusive na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro”, declarou Eudes Xavier.

Nazareno Fonteles ressaltou que, mais do que combater a fome e tirar as pessoas da miséria, as experiências brasileiras podem contribuir com o fortalecimento da democracia no mundo. “Na medida em que o Brasil pauta na agenda este tema e faz o seu ‘dever de casa’, garantindo a autonomia das comunidades envolvidas com os nossos programas, estamos contribuindo para a consolidação da nossa própria democracia, num processo que pode se repetir em âmbito internacional”, frisou o parlamentar.

Países com Guatemala, Bolívia e Panamá possuem algum tipo de política pública ou legislação baseada nas experiências brasileiras de combate à pobreza e à fome. A prefeitura da cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, mantém possui um programa similar ao Bolsa Família.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado em julho, aponta que 18 milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema e 39,5 milhões entraram na classe C nos últimos dez anos.

Rogério Tomaz Jr. com Agência Brasil

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