O Brasil possui um governo extremamente impopular que, ainda assim, pretende aprovar reformas tão rejeitadas quanto ele. Essa é a constatação da pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no último domingo (30). Segundo o levantamento, 61% da população acha o governo Temer ruim ou péssimo, enquanto apenas 9% classificam o governo como ótimo ou bom. Outros 28% acham o governo regular. A pesquisa aponta ainda que a reforma da Previdência é rejeitada por 71% dos entrevistados enquanto a Reforma Trabalhista é rejeitada por 64%.
Apesar da impopularidade das propostas, o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), alerta que o governo Temer vai tentar aprovar as reformas mesmo contra a vontade popular. “Está demonstrado que a população não quer as reformas mas, mesmo assim, o governo vai tentar aprova-las liberando verbas e negociando cargos, o que pode levar a conflitos sociais no País”, alertou.
Desde a apresentação das propostas de reforma (Previdência e Trabalhista), a popularidade do governo apresenta queda. Em dezembro do ano passado, 51% dos entrevistados achavam o governo ruim ou péssimo, enquanto agora são 61%. Por outro lado, em dezembro 10% classificavam o governo como ótimo ou bom, e agora o índice oscilou para 9%. Já o percentual dos que achavam o governo regular caiu de 34% (em dezembro) para 28% na atual pesquisa.
“Acredito que essa impopularidade vai dificultar a aprovação da Reforma da Previdência, apesar de sabermos que o Planalto se transformou em um balcão de negócios para compra de apoio”, observou o deputado Assis Carvalho (PT-PI), titular da Comissão Especial.
Reforma Trabalhista– Enquanto 64% acham que a reforma Trabalhista “privilegia mais os empresários que os trabalhadores”, apenas 21% consideram que “os trabalhadores serão os mais beneficiados. “A população começou a entender o que significa essa reforma. Essa pesquisa ajuda na mobilização para barrar a proposta no Senado. O projeto do governo é muito ruim, mas o substitutivo aprovado pela Câmara, do deputado Rogério Marinho, é ainda pior”, disse Helder Salomão (PT-ES), titular da Comissão da Reforma Trabalhista na Câmara.
Héber Carvalho
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