O ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputado Ricardo Berzoini (SP), destacou hoje os avanços obtidos pelo partido durante seu 4º Congresso, realizado no último fim de semana em Brasília. Coordenador de um grupo que elaborou o novo estatuto aprovado, Berzoini qualificou como fundamentais algumas alterações chanceladas por 1350 delegados de todo o País. “O PT, com a sua inquietude tradicional, buscou analisar os problemas que vivemos nesses dez anos, principalmente a necessidade de buscar novos desafios para o partido”, afirmou o parlamentar.
Berzoini destacou o uso da internet para intensificar a participação dos filiados na vida partidária. ” A Internet, com seus instrumentos de interatividade, e as redes sociais, permitem ao cidadão filiado ao partido político interagir com seus deputados e dirigentes, além de formar grupos de discussão e núcleos virtuais. Até hoje os partidos se organizaram por região, por cidade, por estado, agora temos um outro instrumento, a participação dos militantes pela Internet”.
MULHERES – Outra medida que mostra o “vigor e força da militância do PT” , conforme Berzoini, foi a aprovação da ampliação da participação das mulheres e de vários contingentes sociais brasileiros nas instâncias partidárias. É o caso, por exemplo, da paridade entre homens e mulheres no partido. “Ou seja, a paridade que defendemos na reforma política, o PT vai aplicar a partir da próxima eleição, incluindo cargos com função no partido”.
“A partir da próxima eleição, quando terminar a eleição e apurar-se os votos, 50% pelo menos das vagas do Diretório Nacional da Executiva e dos cargos com função serão de mulheres, exemplo que damos para o conjunto da população brasileira e para o Congresso, que está discutindo a reforma política”.
Ele destacou também o percentual mínimo de 20 %, nas direções, para filiados com até 29 anos, o que permitirá o rejuvenescimento do partido. Berzoini apontou como outra conquista a chamada cota étnico-racial, para negros e índios, a quem caberá 20% dos cargos, calibrados pela participação demográfica em cada estado. “Assim, vamos ter presente também a diversidade racial nas direções do PT”.
“O PT já é um partido que tem muitas companheiras mulheres militando, muitos negros, muitos jovens, mas queremos que se torne uma regra real de participação”, disse Berzoini.
PARTICIPAÇÃO – Ainda no âmbito interno, uma medida importante citada por Berzoini é a que estabelece ao filiado a obrigatoriedade de participar de pelo menos uma atividade partidária no ano, se quiser exercer seu direito de voto dentro do PT. “Ou seja, evitar que haja aquela filiação de gaveta, a filiação escondida, que não tem relação com a vida real do partido, para termos, de fato, a busca permanente da participação”.
Ele recordou que o PT, com 31 anos, hoje governa o Brasil pela terceira vez, está à frente dos governos de vários estados , governa 550 prefeituras, conta com milhares de vereadores e tem a maior bancada na Câmara e a segunda maior no Senado. “O partido não está parado, não está dormindo nos louros do momento de afirmação política. O PT está buscando se renovar, construir cada vez mais participação, democracia e transparência perante a sociedade, principalmente os seus filiados, uma vez que são eles que dão a força política que o PT conquistou na sociedade, e também os seus eleitores”, completou.
O Congresso do PT contou com 1.350 delegados, mais de 600 observadores e mais de 100 convidados internacionais. O encontro foi aberto com discursos da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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