Sessão solene homenageia 50 anos da Campanha da Legalidade

pimentaPor iniciativa do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), entre outros deputados, a Câmara dos Deputados realizou sessão solene nesta terça-feira (30), para celebrar os 50 anos da Campanha da Legalidade.

O movimento, ocorrido entre agosto e setembro de 1961, foi desencadeado no Rio Grande do Sul, através do então governador Leonel Brizola, e se opôs aos militares que tentaram impedir a posse do vice João Goulart após a renúncia do presidente da República, Jânio Quadros.

Uma cadeia com mais de uma centena de rádios foi estabelecida a partir do Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, e a Campanha logo recebeu o apoio do governador de Goiás, Mauro Borges.

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), abriu a sessão solene e rememorou o papel da resistência gaúcha à tentativa de golpe. “Sou morador de Canoas, cidade que abriga uma base do Exército e onde residem centenas de militares que não se submeteram às ordens do comando e tomaram diversas medidas para impedir que fossem feitos os ataques ao Palácio Piratini. E eu me orgulho muito desses cidadãos brasileiros que contribuíram enormemente para que aquele momento não representasse um derramamento de sangue sem precedentes na história política do Brasil”, lembrou Marco Maia.

Paulo Pimenta lembrou o vínculo existente entre a Campanha da Legalidade e o golpe militar que seria consumado três anos depois. “Não há como dissociar a Campanha da Legalidade do golpe de 64. São páginas da mesma história. História de um país, história de um povo. Uma página, tão bela quanto curta – mas para os protagonistas certamente as duas semanas mais longas que já viveram; e outra, tão triste quanto longa, pelos desatinos cometidos ao longo de 21 anos”, declarou Pimenta, que também defendeu em seu discurso a criação da Comissão da Verdade, como forma de garantir o direito à memória e à verdade da sociedade brasileira sobre o regime que vigorou até 1985.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), ressaltou o legado histórico positivo da Campanha da Legalidade. “As forças democráticas do Brasil não conseguiram evitar a tragédia de 1964, anunciada em 1961. Mas o legado que nos deixou Leonel Brizola e a campanha da legalidade é precioso”, destacou Teixeira.

Paulo Teixeira também ressaltou o papel dos meios de comunicação naquele período e na atualidade, com o governo petista tendo parte da mídia como oposição. “Na Campanha da Legalidade ficou claro o imenso poder de mobilização de uma cadeia de rádio a serviço da democracia. Estas lições são ainda mais importantes quando tomamos em consideração que estamos no nono ano de um governo democrático e popular, vítima constante de tentativas de desestabilização conduzidas por meios de comunicação monopólicos e tradicionalmente ligados ao golpismo da UDN. A memória gloriosa da Rede da Legalidade reclama de todos nós um compromisso firme de luta pela democratização dos meios de comunicação e pela disseminação dos novos meios, como a Internet, livres de censuras e de monopólios”, concluiu o líder do PT.

Os 50 anos da Campanha da Legalidade também estão sendo celebrados com uma exposição – que prosseguirá até esta sexta (2) – no corredor de acesso ao plenário da Câmara dos Deputados.

Rogério Tomaz Jr.

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