Acampamento em defesa da reforma agrária reúne quatro mil camponeses em Brasília

passeata D 1Brasília receberá a partir desta segunda-feira (22) quatro mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de 23 estados e do Distrito Federal, integrantes dos movimentos da Via Campesina, para o Acampamento Nacional por Reforma Agrária, que terá lugar nos arredores do ginásio Nilson Nelson.

A mobilização integra a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária que acontece em todo o Brasil a partir do dia 22 de agosto. Além do acampamento, atos políticos e culturais devem acontecer em Brasília e nos estados onde a Via Campesina está presente.

O deputado Valmir Assunção (PT-BA), fundador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia, explica que o acampamento terá dois grandes objetivos. “O primeiro é cobrar o governo para que os projetos de assentamentos de reforma agrária sejam implementados. Apenas na Bahia são 25 mil famílias acampadas. Para resolver isso é necessário que o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário sejam dotados de recursos financeiros, materiais e humanos”, afirmou Valmir.

Além disso, os movimentos campesinos também pretendem obter do governo a renegociação das dívidas dos pequenos agricultores. “Quem coloca a alimentação na mesa do povo brasileiro é a pequena agricultura, responsável por 70% dos alimentos que são consumidos no cotidiano. O governo precisa renegociar as dívidas desse segmento e garantir recursos para que ele continue abastecendo a nossa população”, defendeu Valmir.

Para o deputado Marcon (PT-RS), o acampamento é uma ação política importante para recuperar a capacidade de reivindicação do povo. “A mobilização popular é um instrumento histórico de luta política que os movimentos do campo utilizam. O acampamento nacional quer resgatar as lutas, com o povo na rua lutando pelos seus direitos, sempre em marcha com as bandeiras em punho”, declarou Marcon, que é assentado do MST há dezessete anos, na região metropolitana de Porto Alegre.

A Via Campesina cobra do governo o assentamento das mais de 60 mil famílias acampadas, algumas há mais de cinco anos, através da desapropriação dos grandes latifúndios improdutivos, muitos em mãos do capital estrangeiro.

“Acreditamos que a Reforma Agrária seja um dos principais meios de desenvolver nosso país, distribuindo renda e riqueza, pois democratiza a terra, gera empregos diretos, moradia e produção de alimentos, superando a miséria no interior do país e o inchaço dos grandes centros urbanos” disse José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST.

Orçamento – A Jornada de Lutas também exige que o orçamento destinado à obtenção de terras seja recomposto. Os R$ 530 milhões destinados para o Incra promover a desapropriação de terras já foram totalmente executados. Para 2012, o cenário é de redução: estão previstos apenas R$ 465 milhões, um corte de R$ 65 milhões, segundo dados do Incra.

Rogério Tomaz Jr. com MST/Assessoria

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