A equipe econômica terá que anunciar cortes adicionais de R$ 20 bilhões no orçamento de 2017, mesmo já trabalhando com uma meta de rombo fiscal de R$ 139 bilhões. O motivo é simples: como o crescimento deste ano será bem menor do que o previsto na peça orçamentária, os cortes serão necessários para evitar que o governo eleve a meta de rombo fiscal e afunde ainda mais a pouca credibilidade que tem. As informações são do serviço de informações Broadcast, da Agência Estado.
Na peça enviada ao Congresso, o governo previu alta de 1,6% do PIB neste ano, mas a média das previsões de mercado aponta para apenas 0,5%, com viés de baixa. Isso significa que a arrecadação será menor, e o governo terá que cortar mais despesas ou propor novos impostos para tentar manter a meta.
O economista Fabio Klein, da consultoria Tendências, avalia que, nos moldes atuais do Orçamento, a receita está superestimada entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões. Para ele, a equipe econômica terá uma missão delicada pela frente e precisará de medidas adicionais para garantir o cumprimento da meta em 2017, entre elas a reversão de desonerações. Mesmo assim, corre o risco ultrapassar o rombo de R$ 139 bilhões.
Nas projeções de Klein, com um crescimento de 0,7% do PIB neste ano (projeção já considerada otimista pela consultoria) e receitas extraordinárias com concessões, repatriação de recursos e reversão de desonerações, o governo já precisaria cortar R$ 15 bilhões em despesas – ainda assim, com potencial para descumprir a meta fiscal. “Em um cenário mais pessimista, podemos chegar a um déficit próximo ao de 2016 (R$ 170,5 bilhões), esse risco existe”, disse.
Na prática, o golpe quebrou o Brasil. Em 2015, quando o PSDB, de Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, se aliou ao PMDB, de Eduardo Cunha e Michel Temer, para instaurar a política do “quanto pior, melhor” e viabilizar o impeachment, o PIB caiu 5%. Em 2016, quando Michel Temer e Henrique Meirelles se mostraram incapazes de conter o déficit e ampliaram o rombo para quase R$ 200 bilhões, a queda será de 3,5%. E 2017 já está perdido.
Ou seja: o Brasil entrou na espiral negativa, com menos consumo, menos investimento, menos arrecadação e mais necessidade de austeridade fiscal.
PT na Câmara com Brasil 247 e agências