Líder diz que ataques e seletividade da Lava-Jato prejudicaram o PT nas eleições, mas “partido mostrou força e superação”

afonso florence 22 02 16

O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), avaliou nesta segunda-feira (3) que o resultado das eleições municipais de 2016, na qual o PT reduziu o número de prefeitos eleitos, decorre do ambiente político – impeachment travestido de golpe e seletividade da Operação Lava-Jato –, mas que o partido mostrou força e superação. “Superamos de cabeça erguida o período mais difícil pelo qual um partido já passou. O PT tem vigor político. É um partido forte, que resiste a ataque sistemático e sai das eleições ainda bem para continuar na luta política eleitoral no País”, afirmou. 

Afonso Florence destacou que, mesmo enfrentando conjuntura desfavorável, o PT reelegeu o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, elegeu prefeitos em outras cidades importantes; disputará o segundo turno em Recife, com João Paulo Lima e em outras grandes cidades e teve muitos votos nas capitais de São Paulo e Rio Grande do Sul, que quase levaram o partido à disputa do segundo turno.

“É preciso lembrar que o PMDB, partido do atual presidente ilegítimo, também perdeu até em estados que governa, como no Rio de Janeiro, onde o candidato pemedebista não foi para o segundo turno”, citou Florence. Ele destacou ainda como derrota para o PMDB o fato da Marta Suplicy, candidata do presidente ilegítimo Michel Temer, não ter ido para o segundo turno.

Para o líder do PT, é importante salientar também que se a Lava Jato já tivesse avançado no conjunto dos investigados, de delatados, também o PSDB teria sofrido. “Os tucanos colheram um resultado eleitoral que não é compatível com, digamos assim, uma performance nada republicana da Lava Jato, que deveria ter investigado, por exemplo, as seis delações nas quais Aécio Neves foi citado”.

O líder reconheceu que o partido sofreu uma “redução expressiva”, mas ressaltou que o PT está maior do que quando chegou ao poder no governo federal, em 2002. “Ainda conquistamos mais prefeituras do que na eleição municipal anterior à chegada de Lula ao poder, em 2002”, frisou.

Para Florence, o resultado das urnas esse ano não guarda relação com 2018 porque a Operação Lava-Jato, apontada por ele como uma das causas da queda de rendimento do PT, vai afetar outras legendas. “Se a Lava-Jato tem objetivo de combater a corrupção, as delações que envolvem o PSDB, o PMDB e outros irão avançar e ficará claro que foi no governo do PT que se permitiu a investigação, diferentemente de agora, de quando o ministro da Justiça (Alexandre Moraes) anuncia operação da Polícia Federal em comício.

Renovação– O líder do PT disse que o partido já está vivendo um processo de reflexão interna profundo, que tem uma agenda de Congresso e de renovação da direção. “Com certeza, tá dado o momento e o PT tem que aprender com a história recente e se reposicionar para retornar a liderança da nação pelo bem do povo brasileiro”, afirmou.

Afonso Florence entende que a esquerda deverá se unir em uma frente ampla e lembrou que nestas eleições o PT já apoiou outras agremiações como o PCdoB no Rio e na Bahia. “O importante é que o ano de 2016 vai marcar um reposicionamento dos partidos, tendo como referência a leitura do que é democracia. Então, nós vamos tentar construir uma unidade maior das forças efetivamente comprometidas com a democracia e com os direitos econômicos sociais e trabalhistas do povo que estão sob ataque no governo Temer”, observou.

Na avaliação do líder do PT, o fundamental é uma unidade programática, com sustentação popular. “E, se o governo Temer, o DEM, o PSDB e o PMDB perseverarem na retirada de direitos sociais, nós não temos dúvidas de que em 2018 nós voltamos”, afirmou.

Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

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