Parlamentares da Bancada do PT ocuparam a Tribuna da Câmara nesta semana para cobrar do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pressa na votação em plenário do processo de cassação do ex-presidente da Casa e deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do PT, foi um dos que defendeu agilidade na votação do pedido de cassação. Ele lembrou que processo está nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desde o dia 18 de julho. “Não há qualquer impedimento para que seja marcada, o mais rápido possível, a sessão que vai votar a cassação do deputado Eduardo Cunha,” afirmou.
Inclusive, acrescentou o deputado Henrique Fontana, “sugiro que essa sessão seja marcada antecipadamente, para que os veículos de comunicação do País possam se organizar para uma transmissão com o mesmo impacto de quando se votou, de forma ilegítima, a cassação do mandato da presidenta Dilma, num impeachment fraudulento, já que não ocorreu crime, quando se criou um verdadeiro cenário para se construir o início de um golpe parlamentar, que hoje traz enormes prejuízos ao País”, enfatizou o petista.
O deputado Givaldo Vieira (PT-ES) acusou a base parlamentar do governo golpista e temporário de Michel Temer de tentar proteger Eduardo Cunha da cassação. “Infelizmente, a nova Mesa Diretora também nada fala sobre esse assunto, que já é o processo mais longo da história do Conselho de Ética, e deixa claro que o objetivo é proteger o Cunha, porque ele é o grande sócio do golpe que foi dado, o impeachment. Vamos manter a obstrução até que se coloque o processo do Cunha em votação, para caçar e extirpar esse câncer da política brasileira, o sócio do Temer e o sócio do golpe”, reiterou.
Para o deputado Bohn Gass (PT-RS) o Brasil não vive uma normalidade política e também defende pressa na votação do processo de cassação de Eduardo Cunha. “Nós do PT temos solicitado que o presidente Rodrigo Maia coloque em votação o processo pela cassação daquele que foi o arquiteto do golpe, junto com a direita retrógrada e golpista neste País, desrespeitando a democracia. Sim, Eduardo Cunha, depois de tantas manobras no Conselho de Ética, na Comissão de Constituição e Justiça, ele precisa agora que seja consumada a votação neste Plenário e definitivamente haja o afastamento de Eduardo Cunha, réu na Lava Jato por corrupção”, reiterou.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que a Câmara precisa recuperar a dignidade. “Esta Casa está olhando para o chão e falando de lado. Enquanto esta Casa não pautar a cassação de Eduardo Cunha, ela não tem condições de olhar nos olhos do povo brasileiro”, disse.
Também o deputado Waldenor Pereira (PT-BA) lamentou a demora na votação do processo. “Lamento o silêncio do novo presidente desta Casa, Rodrigo Maia, e dos líderes da situação a respeito do processo de cassação de Eduardo Cunha. A população brasileira, os homens de bem e as mulheres de bem deste País clamam pela inclusão desse processo em pauta, porque esperam que este Parlamento faça justiça, cassando o mandato daquele que foi tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal pelo cometimento de vários crimes, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, recebimento de propinas milionárias e manutenção de contas ocultas no exterior”, afirmou.
O deputado Zé Geraldo (PT-PA) questionou a tentativa de acordo do governo golpista de Temer para salvar Eduardo Cunha da cassação do mandato. “Não podemos concordar e ficar quietos diante dessa tentativa de um acordo da Mesa Diretora com o presidente Michel Temer, para que a cassação de Eduardo Cunha possa vir em setembro, outubro, novembro e dezembro, dado que nesses dois meses de período eleitoral nós só teremos aqui duas sessões por semana. O Eduardo Cunha quer jogar exatamente com esse tempo”.
“Os golpistas, contra a democracia e a Constituição, fizeram um espetáculo televisionado num domingo inteiro, mas não têm coragem agora de votar a cassação de alguém contra quem há provas, comprovações ilibadas, decentes e documentadas do seu crime, que é réu no Supremo Tribunal Federal, diferentemente da nossa Presidenta Dilma? Portanto, o que está em jogo agora é o posicionamento dos deputados pela cassação, ou não, de Eduardo Cunha” afirmou o deputado Pedro Uczai (PT-SC).
Também o deputado Luiz Couto (PT-PB) defendeu urgência no processo de cassação de Cunha. “Este Parlamento não pode ficar refém. O problema é que esse Eduardo Cunha tem uma vinculação profunda com Temer. Os dois estão trabalhando na perspectiva de, inclusive, antecipar a votação do impeachment para que só depois da eleição é que se vote o processo de cassação de Eduardo Cunha. Nós não vamos aceitar isso. Eduardo Cunha enlameou esta Casa com suas ações de corrupção. Tudo está pronto para ser votado por esta Casa, para que aqui ele não fique mais”, disse o petista.
Gizele Benitz
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