A deputada Maria do Rosário (PT-RS) ocupou a Tribuna nesta terça-feira (29) para defender a legalidade da Constituição brasileira e condenar a tentativa de golpe em curso no país. Maria do Rosário lamentou “o papel de quem age pela via do golpismo”, ao criticar o que chamou de atuação golpista encabeçada pelo PMDB.
“No ano passado, o PMDB lançou um projeto chamado Uma Ponte para o Futuro, que mais parece o passado de privatizações no Brasil, que mais parece o fim de políticas públicas, que mais parece o corte de recursos nas áreas sociais, que mais parece o flerte que agora se avoluma com o caminho do golpismo, coordenado, a partir desta Mesa, de forma espúria e ilegítima, por Eduardo Cunha, e que, agora, de certa forma, unifica-se para uma atuação golpista. Se, em outros momentos, Itamar e Sarney chegaram ao Poder sem o voto, chegaram com o apoio da Constituição. Se Michel Temer assumir a Presidência da República via um impeachment espúrio e ilegal, não chegará pela via constitucional”, ressaltou a petista.
Na avaliação de Maria do Rosário, a proposta elaborada pelo PMDB era “o programa” do golpe. “Sim, porque a proposta não era dirigida aos eleitores, mas ao capital financeiro, aos empresários, aos latifundiários, à mídia oligopolizada e, é claro, a políticos ávidos por poder que viram seus interesses contrariados. Na verdade, tratava-se no programa do golpe”, disse.
“Mas qual são mesmo as propostas do partido que pela terceira vez busca assumir a Presidência da República sem conquistar o voto popular? O documento do PMDB afirma ser fundamental executar uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se fizerem necessárias, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraestrutura, parcerias para complementar a oferta de serviços públicos e retorno a regime anterior de concessões na área de petróleo, dando-se àPetrobras o direito de preferência. Trocando em miúdos, se tratava de substituir um projeto de desenvolvimento nacional para um projeto que tem como objetivo único obter lucro. Não há lugar para justiça social, mitigação das desigualdades, em um país controlado pelo mercado, que buscará apenas assegurar seus interesses”, avaliou a deputada do PT.
Maria do Rosário acrescentou também que a proposta trata da privatização e da flexibilização do regime de partilha da Petrobras, configurando o “entreguismo” da maior empresa do país.
Por fim, disse ainda a deputada Maria do Rosário, “ também coroando um programa nitidamente contrário ao povo brasileiro, afirmam no documento que pretendem, na área trabalhista, permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos. Ou seja, permitir que o poder econômico determine o grau de exploração da mão-de-obra, espoliando ainda mais aqueles e aquelas que constroem este País, e que, mais uma vez, veem suas conquistas ameaçadas por uma elite que não aceita as mudanças que produzimos nos últimos anos”, finalizou a parlamentar petista.
Gizele Benitz