Cerca de mil pessoas promoveram um abraço simbólico ao Instituto Lula nesta sexta-feira (7). O abraço “contra o ódio e a intolerância, pela apuração dos responsáveis” foi organizado pelo Diretório Municipal do PT em São Paulo como uma manifestação solidariedade ao Instituto e de repúdio ao atentado cometido na semana passada contra a sede do instituto, quando uma bomba atirada no local.
Lula chegou acompanhado da ex-primeira-dama Marisa Letícia e foi recepcionado com cartazes e faixas de apoio. De uma janela do prédio, o ex-presidente atirou rosas e cravos aos manifestantes. Participaram do ato os deputados e deputadas petistas Ana Perugini (SP), Andres Sanchez (SP), Benedita da Silva (RJ) e Vicente Cândido (SP).
Juntamente com a militância, também fortaleceram o abraço simbólico, entre outras personalidades, Rui Falcão, presidente Nacional do PT; Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil; Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; Jaques Wagner, ministro da Defesa; Alexandre Padilha, secretário de Relações governamentais de SP; Valter Pomar, da Executiva nacional do PT Carlos Grana, prefeito de Santo André; Sebastião Almeida, prefeito e Guarulhos; e Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.
Leia abaixo algumas manifestações de repúdio ao ataque e de defesa da democracia:
Benedita da Silva, deputada federal
Este ato é a demonstração de que o Partido dos Trabalhadores está organizado e não aceita nenhum golpe, e que essa prática terrorista aqui no Instituto Lula vai fazer com que estejamos cada dia mais atentos. Eles não querem a democracia, mas ela se implantou e vai ficar. E nós vamos estar cada dia mais consolidando essa conquista. Lula é o maior líder que temos na política brasileira e internacional e portanto estamos junto com ele. Mexeu com ele, mexe com a gente.
Alexandre Padilha, secretário de Relações Governamentais do Governo Haddad, ex-ministro
O atentado ao Instituto Lula é um atentado à democracia, à tolerância, a tudo o que por que nós lutamos nesse país. Nós estamos aqui também para cobrar a apuração dos responsáveis, para que não se propaguem gestos de intolerância.
Rui Falcão, presidente Nacional do PT
Em primeiro lugar, temos de condenar todas as manifestações de ódio e intolerância. Essa não é a índole do povo brasileiro. Principalmente quando esse ódio se materializa numa bomba atirada contra o local de trabalho de um ex-presidente da República, da maior liderança que este país já produziu. E é também um momento de solidariedade, dizer do nosso carinho, da nossa admiração, que estamos juntos em qualquer circunstância. Com ele, e em defesa da democracia também, porque a democracia é uma convivência de contrários, mas dentro de regras, de leis, e quando você rompe essas regras com atos de violência, a sociedade tem de reprovar.
Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social
Divergências devem ser resolvidas no debate político e se for uma questão de fundo, uma questão de direcionamento, se resolve no processo eleitoral. Você não pode resolver divergências políticas afrontando a democracia, afrontando as instituições democráticas.
Eduardo Suplicy, ex-senador, secretário de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo
Eu vim aqui como centenas senão alguns milhares de companheiros, admiradores, pessoas que ao longo dos últimos 35, 40 anos sempre estivemos solidários aos trabalhadores, à causa da democracia, aos objetivos de construção democrática de uma nação mais justa, solidária e fraterna. Nós viemos aqui para dizer que achamos inadmissível e condenamos fortemente qualquer ato de violência contra quem quer que seja, ainda mais aqui um atentado que se realizou há poucos dias contra o Instituto Lula. Então estamos aqui solidários ao presidente Lula, a todos os diretores do Instituto Lula e para apoiar às manifestações que se deem de forma pacífica numa democracia, e Constituição Federal Brasileira assegura o direito de manifestação de quem quer que seja desde que de maneira respeitosa e pacífica. Então viemos aqui para condenar este ato de atentado às nossas instituições democráticas.
Emir Sader, sociólogo e cientista político
Lula, e por extensão, o Instituto, é a figura-chave do passado, presente e futuro do Brasil. Eles lutam para destrui-lo e nós, para que ele seja o articulador da recomposição das forças populares do Brasil.
Jaques Wagner, ministro da Defesa
Eu acho que o direito de manifestação é fundamental. Considero que houve uma agressão clara, um pouco consequência do ambiente construído neste momento, estranho à história da democracia brasileira. Então alguém se acha no direito de jogar seja lá o que for… Eu acho que essa coisa tem de ser desmontada. Então estas pessoas que estão aqui com um sentimento de carinho pelo presidente Lula, seguramente a maior liderança popular dos últimos 40, 50 anos no Brasil. Mas há também uma consciência que, no jogo da democracia, a convivência entre os diferentes é fundamental. Então tudo que estimula o ódio, a intolerância não é bem-vinda.
José Graziano, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
Todos nós estamos aqui hoje defendendo o direito dos cidadãos de se manifestar livremente e ter opiniões diferentes sem ser violentos. Não há espaço para a violência neste momento do Brasil, nunca houve. O Brasil sempre foi um país que resolveu suas diferenças de modo pacífico e é isso o que todos nós queremos.
Ladislau Dowbor, membro do Conselho África do Instituto Lula e professor titular da PUC-SP
É uma reação da sociedade a um ato de bestialidade política. Usar de terrorismo depois de tanta luta para conquistar a democracia é regredir. Os acertos, a construção e a transformação que houve no Brasil nos últimos anos é patente. Tentar voltar atrás é lamentável. A reação das pessoas para defender o que a gente conquistou vai ser muito forte.
Laurindo Leal Filho, sociólogo e jornalista
É importante como primeiro passo para que mais grupos sociais se integrem nessa luta contra o golpe. Um ato como esse tem dois significados: a defesa da democracia e despertar a população para a necessidade do confronto de ideias em termos civilizados.
Lindbergh Farias, senador
Esse ato é um movimento de repulsa ao ato bárbaro que aconteceu aqui. Infelizmente setores da oposição brasileira tinham que ter dado um peso maior ao que aconteceu aqui. Eu não vi nenhuma declaração forte de lideranças do PSDB, do Aécio, do Fernando Henrique Cardoso… isso foi um atentado contra um ex-presidente da República do Brasil que tem um nome muito forte não só no país, mas representa muito o Brasil fora do Brasil. E o que a gente veio fazer aqui foi um desagravo. A gente não vai aceitar que movimentos fascistas como esse prosperem. E queremos – por isso que eu faço questão de falar da oposição – cobrar um posicionamento mais firme da oposição contra um ato como esse que aconteceu aqui.
Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula
PT na Câmara com Instituto Lula