Os governadores dos estados do Nordeste divulgaram, em conjunto, um manifesto pela união nacional em defesa da recuperação econômica do País e pela manutenção da democracia, com respeito à Constituição e aos mandatos de todos que foram eleitos no pleito de 2014.
“A hora é de união do setor público com o setor privado, das instituições com a sociedade, da política com o povo. O que queremos é ampliar a democracia, o fortalecimento das instituições, mais conquistas e avanços. Retrocesso, nunca mais. Defendemos, sobretudo, o respeito à Constituição Cidadã de 1988”, afirma o documento “Acreditamos no Brasil”, que foi assinado pelos nove representantes da região na sexta-feira (17), durante o Encontro de Governadores do Nordeste, em Teresina (PI).
O governador Wellington Dias, do Piauí, em entrevista à imprensa, defendeu que o “Acreditamos no Brasil” é um manifesto em favor da democracia brasileira. “Não admitimos retrocesso”, enfatizou.
O texto ressalta que o momento exige grandeza e que os governadores estão cientes de que a situação econômica é delicada, no País e no mundo, pois também enfrentam grandes desafios em seus estados. Mas argumentam que o Brasil e os brasileiros já enfrentaram e venceram momentos mais difíceis e que, portanto, não é hora de derrotismos e soluções políticas fantasiosas.
“O Brasil é maior que as crises, é maior que as dificuldades. Já provou isso várias vezes. E todos nós temos de ser do tamanho do Brasil. (…). Mais uma vez, vamos vencer! Com muito trabalho, fazendo o que precisa ser feito. Vamos retomar o desenvolvimento econômico e social com responsabilidade ambiental. Vamos sair maiores e melhores [da crise]”, afirmam.
Sobre o panorama político, os governadores lembram ainda que o povo brasileiro fez uma opção em 2014, a quem confiou governar o Brasil, “no mesmo momento em que elegeu todos nós, governadores e vices, para governar os nossos estados”.
E pedem que se aguarde o prazo que foi dado aos políticos eleitos, para que cumpram suas promessas de campanha. No entanto, alertam, os compromissos só poderão ser cumpridos se houver respeito às regras da democracia, com o cumprimento dos mandatos de quem foi legalmente escolhido pelos cidadãos brasileiros em 2014.
“O mandato de quatro anos determina um prazo para que os compromissos de campanha sejam cumpridos, para que os desafios sejam vencidos, os ajustes sejam feitos, os projetos sejam implementados e os resultados sejam colhidos. E isso exige respeito às regras constitucionais, razão pela qual consideramos incabível qualquer tipo de interrupção do mandato da presidenta Dilma Rousseff, já que não há motivo jurídico para tanto”.
Sobre isso, argumentam ainda que não será, definitivamente, pela “via tortuosa da judicialização da política, da politização da justiça ou da parlamentarização forçada que faremos avançar e consolidar o processo democrático, a importância social das instituições do Estado de Direito e a superação do desafio civilizatório de nosso tempo”.
Ressaltam os governadores que são oriundos de uma geração que enfrentou a ditadura militar, deu a volta por cima e tem hoje um papel importante na construção de um Brasil Melhor. “Fizemos isto, juntos, como governo ou oposição. Juntos, unidos e fortalecidos, vamos seguir em frente!”.
Segundo o governador Wellington Dias, do Piauí, que sediou o encontro dos representantes do Nordeste, a ideia do grupo é que o documento seja ampliado e assinado por todos os governadores do País eleitos em 2014.
“Acreditamos que não há sentido essa propaganda de pessimismo que vem sendo difundida no Brasil. Mais do que um apoio à presidenta Dilma e ao Brasil, esse é um manifesto em favor da democracia. Nós não admitimos um retrocesso”, enfatizou ele, durante o evento, em entrevista aos órgãos locais de imprensa.
Na ocasião, reiterou que os governadores reconhecem a escassez dos recursos e o momento difícil pelo qual o Brasil está passando, além da crise mundial. Mas solicitam que seja dado um tratamento emergencial ao que é realmente emergencial.
“Queremos respeito à Constituição e uma democracia fortalecida. Fomos eleitos para um mandado de quatro anos e não há nada que justifique a interrupção de um mandato”, completou Wellington Dias.
O manifesto foi assinado pelos governadores Flávio Dino de Castro e Costa, do Maranhão; José Renan Vasconcelos Calheiros Filho, de Alagoas; Rui Costa dos Santos, da Bahia; Camilo Sobreira de Santana, do Ceará; Paulo Henrique Saraiva Câmara; de Pernambuco; Ricardo Vieira Coutinho, da Paraíba; Belivaldo Chagas Silva, governador de Sergipe em exercício; Robinson Mesquita de Faria; do Rio Grande do Norte; e José Wellington Barroso de Araújo Dias; do Piauí.
(Blog do planalto)