Entidades e movimentos sociais entregaram à Câmara, nesta quarta-feira (20), 650 mil assinaturas defendendo uma reforma política que fortaleça a democracia participativa, acabe com o financiamento de empresas a campanhas eleitorais e amplie a presença das mulheres no Parlamento. Dentre as entidades que coletaram as assinaturas, constam a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outros.
Deputados do PT, do PCdoB e do PSol, partidos que apoiam as propostas das entidades e movimentos, participaram do ato de entrega das assinaturas, que ocorreu no Salão Verde e também contou com a presença do governador Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão.
O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), parabenizou a iniciativa e defendeu a intensa manifestação da sociedade nestes dias que antecedem a votação da reforma política, o que deve ocorrer na próxima semana. “A sociedade tem que se manifestar. Se não houver uma pressão da sociedade, certamente o Congresso atual não atenderá aos anseios da população. A nossa bancada se esforçará ao máximo para avançar no texto que está sendo apresentado, que hoje não traz, nem de longe, o que a sociedade espera”, registrou Sibá, que apontou como objetivo principal da bancada petista o fim do financiamento empresarial das campanhas.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) lembrou que a reforma política “é aquela que tem o maior potencial de mudar as nossas vidas e de construir mais justiça social”. Fontana apontou a influência do poder econômico como “o maior problema da política brasileira” a ser enfrentado numa reforma que pretenda aperfeiçoar a democracia. “A política brasileira é cada vez mais dominada pela força do dinheiro, pelo poder econômico e pelas grandes empresas que financiam as campanhas eleitorais”, disse o deputado gaúcho.
A mobilização da sociedade civil foi elogiada pela deputada Moema Gramacho (PT-BA). “Esse movimento precisa ser respeitado e o povo que se manifestou através destas assinaturas não pode ter uma resposta diferente daquilo que pediu. A Câmara precisa responder com uma reforma política que contemple os interesses da população”, cobrou a parlamentar.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu as assinaturas, mas não se comprometeu com qualquer proposta apresentada pelas entidades e movimentos.
PT na Câmara
Foto: Salu Parente/PT na Câmara