O deputado Angelim (PT-AC) discursou em plenário em defesa da reforma política adequada à realidade do País, que valorize os partidos políticos e que seja capaz de reaproximar a sociedade, especialmente os jovens, da atividade política. “Para tanto, devemos resgatá-la como um instrumento de formação para a cidadania e também como um dos pilares para o desenvolvimento socioambiental do nosso País”, disse.
Segundo o deputado, em recente pesquisa feita pela OAB, a reforma política está no anseio da população. “Segundo os dados apresentados, 85% dos entrevistados são a favor desta reforma, 78% contra o financiamento de campanha por empresas; 90% dos pesquisados desejam punições mais rigorosas para quem usar caixa dois e o mais importante, e o mais importante, 92% querem uma reforma com participação popular”, ilustrou.
Ao citar a democracia como objetivo maior da reforma, o deputado destacou a necessidade de “urgentemente” afastar o financiamento empresarial das campanhas, que estabelece condições cada vez mais desiguais nos pleitos eleitorais, se tornando origem de corrupção e desvios de conduta, pois representa o fator de desequilíbrio no processo de disputa e consequentemente no resultado final.
“Penso que esse é o ponto central da reforma política. É preciso reduzir os custos das campanhas políticas. A disparidade entre doações e gastos é antidemocrática e desigual”, enfatizou.
Nessa linha ele defendeu o financiamento público das campanhas e a restrição das doações de campanha apenas às pessoas físicas com os valores devidamente lançados na declaração anual do Imposto de Renda.
“Não podemos continuar também bradando contra a corrupção e, ao mesmo tempo, mantendo, hipocritamente, um sistema de financiamento de campanhas eleitorais jácomprometido e viciado”, recomendou .
Angelim também defendeu a manutenção do voto obrigatório, analisando que o voto facultativo elitiza a eleição.
“Deputados, é líquido e certo que nenhuma reforma política terá sucesso, se não for amplamente discutida com a sociedade civil organizada e com os movimentos sociais. Sem isso, não lograremos resgatar a credibilidade do Parlamento e dos políticos”, recomendou o deputado.
PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara