O deputado Beto Faro (PT-PA) criticou nesta quinta-feira (5), em plenário, “as tramas golpistas” em curso no Brasil. O petista enfatizou que elas são patrocinadas pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira, “saudosistas dos períodos de rupturas da ordem institucional e do estado de Direito”. Na avaliação de Beto Faro, a continuidade do projeto democrático e popular, liderado pela presidenta Dilma e respaldado pela maioria da população brasileira nas últimas eleições, despertou “a sanha golpista desses setores” com o intuito de “fragilizar o governo e demonizar o PT”.
Beto Faro destacou que o primeiro episódio golpista ocorreu com o caso jurídico singular denominado mensalão, cujo processo julgou e sentenciou em tempo recorde lideranças petistas, por presunção de culpas. “O caso foi explorado no limite pela grande mídia com vistas a desgastar o PT e a presidenta, e assim inviabilizar a reeleição. Como a estratégia não vingou, neste momento, a extrema direita lança ofensiva de manipulação política, com esperança de caçar o mandato da presidenta legitimamente eleita”, criticou.
Com o chamado caso do petróleo e a Operação Lava Jato, Beto Faro disse que a direita tenta manobrar a opinião pública para fazer crer, com base no caso Petrobrás, que todo o processo de corrupção no Brasil “que protagonizaram ao longo da história do nosso País, começou com o PT no governo”. Para tanto, segundo o deputado petista, vêm recorrendo a expedientes torpes do ponto de vista democrático.
“Eles trocaram o pau de arara pela pressão psicológica sem limites sobre os envolvidos em atos de corrupção na Petrobrás para convencê-los a aderirem à delação premiada, por meio da qual os acusados confessam qualquer coisa para incriminar agentes com alguma relação com o governo ou com o PT”, afirmou Beto Faro.
O deputado criticou ainda o fato de a direita resistir à proposta da Procuradoria Geral da República pelos acordos de leniência, que distingue empresas dos funcionários que cometeram ilícitos. “Para eles, pouco importa se o resultado do esforço do golpe incluir a destruição das grandes empresas de infraestrutura do Brasil e a perda do emprego de mais de 500 mil trabalhadores”.
Beto Faro fez questão de deixar claro que, a exemplo da posição do PT, apoia integralmente a punição de corruptos e corruptores, “mas sem destruir setores estratégicos da economia nacional o que afetará o núcleo da nossa economia, além de favorecer a entrada no País das grandes empreiteiras internacionais”.
O deputado Beto Faro encerrou o pronunciamento cobrando da CPI da Petrobras a investigação de todas as denúncias sobre o suposto esquema corrupção envolvendo a estatal. “A apuração tem que começar em 1997, quando o presidente da República era Fernando Henrique Cardoso (PSDB)”, cobrou.
“Ora, se os tucanos dizem que nada temem, por que razão não querem que a investigação inicie em 1997? Afinal, o principal delator, Pedro Barusco, foi taxativo ao afirmar que desde aquele ano já distribuía e recebia propina”, finalizou.
Vânia Rodrigues