Paulo Teixeira: A política dos conselhos populares – Base constitucional

conselho-saude
Em artigo publicado no jornal O Globo, na edição da última segunda-feira (16), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defende os conselhos populares de políticas públicas. Confira abaixo a íntegra do artigo.

A política dos conselhos populares – Base constitucional

Paulo Teixeira* – O Globo, 16/02/2015

Uma discussão acesa na sociedade brasileira nasceu a partir da proposta de criação dos conselhos populares. A oposição brandiu contra a iniciativa, com argumentos de que o decreto evidenciaria um suposto desapreço pela democracia representativa.

A divergência faz parte da política e é natural que partidos de oposição se contraponham a propostas governistas. Um debate frutífero, no entanto, depende do pressuposto da honestidade intelectual.

O primeiro ponto a ser reposicionado diz respeito à constitucionalidade do decreto de criação dos conselhos. O artigo 84, inciso VI, da Constituição, atribui ao presidente da República a possibilidade de, por esse dispositivo, dispor sobre a organização da administração pública. A lei demonstra que o instrumento normativo utilizado, longe de contrariar, tem alicerce em dispositivo constitucional específico.

Não se deve desconhecer, ao mesmo tempo, que o estado democrático é uma instituição complexa, em cujo seio existem mecanismos de intervenção popular no governo. A chamada democracia representativa (por meio de parlamentares eleitos) é um deles, mas não o único. A própria Constituição prevê instrumentos como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de projetos de lei, além de conselhos, como o da República (artigo 89), o de Defesa Nacional (artigo 90) e o de Comunicação Social (artigo 224), ou os mecanismos de participação da comunidade, como o previsto em relação ao Sistema Único de Saúde no artigo 198, inciso III.

A corajosa iniciativa da presidente Dilma Rousseff de aproximar a sociedade organizada de instâncias de deliberação do governo sob nenhum aspecto implica redução do nível de participação democrática. Ao contrário, o que o decreto faz é tirar as instâncias de deliberação de um insulamento, em que autoridades encasteladas não se sentem no dever de prestar contas aos cidadãos que as elegeram.

Eis o território da divergência política: a presidente e o PT defendem governos mais próximos dos cidadãos. Nos governos de Lula e Dilma houve diálogo com os movimentos sociais. Esse diálogo não é “chapa-branca”, como acusa a oposição. Via de regra, os movimentos pressionam por transformações e, com isso, contribuem para o aperfeiçoamento das decisões do Executivo, conferindo-lhes legitimidade. Mais participação significa mais fiscalização e mais transparência, robustecendo mecanismos de controle de malfeitos e irregularidades.

Indicar caminhos para que a sociedade organizada possa fiscalizar o governo, apontando falhas e sugerindo correções, acentua o caráter democrático do governo Dilma. Em seu segundo mandato, haverá ainda maior sintonia com a participação social, algo indispensável para a construção de um país mais desenvolvido, justo e igualitário.

*Paulo Teixeira é deputado federal (PT-SP)

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100