Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Enio Verri (PT-PR) avaliou que a retirada do “pacotaço”, que autorizava o governo paranaense a utilizar o fundo do Paranaprevidência e acabava com outros direitos dos servidores públicos, representa uma significativa vitória da organização das classes trabalhadoras, que pressionaram os deputados estaduais a recuarem e não votarem a mensagem do governador Beto Richa (PSDB-PR).
O “pacotaço” foi retirado da pauta nesta quinta-feira (12) após intensas mobilizações de milhares de servidores públicos durante toda a semana.
A principal medida do pacote de ajustes financeiros do governo Beto Richa prevê a retirada de R$ 8 bilhões do fundo previdenciário destinado ao pagamento dos aposentados e pensionistas e que passaria ao caixa único do governo. Esse recurso seria para cobrir o rombo da folha atual.
O deputado afirmou que, apesar do recuo do governo, não se pode esmorecer. “A remoção da pauta, que pode ser momentânea, é a primeira conquista de uma batalha que envolve ainda o pagamento do calote aos servidores do Processo Seletivo Simplificado (PSS) e de policiais militares e bombeiros, o corte no orçamento das universidades, o fim de plano de carreira e a garantia de outros benefícios do funcionalismo público”, disse Verri.
O deputado repudiou qualquer ato de violência contra os servidores e colocou-se à disposição dos grevistas.
Confronto – Na quinta-feira, a pressão dos grevistas, que haviam ocupado o Legislativo estadual, para a retirada do “pacotaço” foi tão grande, que deputados governistas teriam chegado para a sessão do dia em um ônibus da Polícia Militar e entrado em um anexo do legislativo pelas portas dos fundos. Depois, milhares de manifestantes impediam a saída de alguns parlamentares. A polícia usou balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar os participantes do protesto, que teve cerca de oito mil pessoas.
Centenas de grevistas montaram barracas de camping nos corredores e nas rampas de acesso da assembleia para a retirada do pacotaço, mas, após um dia de intensa mobilização dos grevistas, a Assembleia Legislativa amanheceu fechada nesta sexta-feira (13). As votações em plenário serão retomadas na segunda-feira (23), pós-Carnaval.
A greve dos profissionais da Educação deixa 950 mil estudantes de 2.100 escolas sem aula desde a última segunda-feira (9). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a paralisação tem a adesão de 100% dos educadores.
Segundo a categoria, também estão entre as causas da greve o calote em parcelas do ano passado no fundo destinado à manutenção das escolas e compra de materiais e o atraso no pagamento do terço de férias dos professores e da rescisão dos 29 mil docentes temporários que trabalharam na rede no ano passado.
PT na Câmara com site Brasil247