Parlamentares do PT na Câmara criticaram a “hipocrisia” e a “amnésia seletiva” da oposição conservadora – com PSDB e Democratas à frente – no debate sobre a alteração da meta de superávit primário na Lei de Diretrizes Orçamentárias, proposta em governo no projeto de lei (PLN 36/14) aprovado esta semana no Congresso Nacional, em sessão que durou mais de 18 horas.
Os petistas lembram que governadores da oposição estão adotando nos seus estados a mesma medida apresentada pelo governo federal e rechaçada pela oposição de direita no Congresso, além de estarem tendo enormes déficits fiscais. Em Goiás, por exemplo, o governador Marconi Perillo (PSDB) enviou projeto à Assembleia Legislativa para mudar o superávit de R$ 440 milhões para um déficit de R$ 650 milhões no ano.
No Congresso, a bancada oposicionista acusa o governo Dilma Rousseff de “perder o controle” dos gastos públicos, embora o País tenha assegurado o resultado positivo em 2014, com um pequeno superávit primário. Já em Minas Gerais, estado governado pelo PSDB há doze anos, a gestão atual fechará o ciclo de quatro anos com um déficit de R$ 1,7 bilhão.
Além disso, durante o governo FHC, o governo também reduziu o superávit primário previsto na LDO, mas a meta não foi alcançada. Em 2001, o superávit primário deveria ser de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o governo federal reduziu a meta para 2,25% do PIB. Apesar disso, o superávit primário alcançado naquele ano foi de apenas 1,7% do PIB.
Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o comportamento da oposição é repudiável e tem a ver com a derrota nas eleições de outubro. “Não existe maior estelionato do que a hipocrisia e a amnésia seletiva da oposição após as eleições”, sintetizou Pimenta, que denunciou na tribuna, esta semana, os líderes do grupo neofascista “Revoltados Online” – Marcello Reis e Mauro Scheer – como responsáveis pelo tumulto nas galerias da Câmara na noite de terça-feira (2).
Opinião semelhante possui a deputada Dalva Figueiredo (PT-AP). “A oposição não se conforma com a derrota eleitoral e tenta de todas as formas retaliar o governo Dilma. Eles tentam atrapalhar o governo apostando no ‘quanto pior, melhor’, mas esquecem que, nas suas bases, nos estados, os seus governadores estão enfrentando problemas e vão apresentar déficit, mas aqui acusam a presidenta Dilma Rousseff de não governar com responsabilidade”, critica a parlamentar.
“O projeto que venceu as eleições e que a maioria da população aprovou foi o que não quer fazer ajuste fiscal no sentido de promover o desemprego e o arrocho salarial, mas, sim, equilibrar as contas e garantir o emprego, a distribuição de renda e a inclusão social. Apesar da sua postura, a oposição sairá derrotada aqui no Congresso, assim como saiu nas urnas”, complementou Dalva.
Na quinta-feira (4), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) também atacou a oposição, acusando-a de assumir uma postura destrutiva após a derrota nas eleições. “O sujeito perdeu a eleição e acha que tem que destruir aquele que foi eleito”, criticou Temer.
Rogério Tomaz Jr.