O PT reforça o seu papel como um dos maiores partidos ao aumentar em quase 30% o apoio popular.
Parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta terça-feira (29/10) para analisar o processo eleitoral brasileiro que elegeu em 1º ou 2º turno prefeitos de 5570 mil municípios. Ao avaliar o resultado final, a deputada Ana Paula Lima (PT-SC) citou números e fatos os quais demonstram que o Partido dos Trabalhadores e a esquerda saem fortalecidos deste pleito. “Em primeiro lugar, é fundamental destacar que apesar do resultado ficar aquém do esperado em algumas cidades – eu mesma vivenciei essa experiência na disputa na cidade de Blumenau -, o PT obteve uma ampliação significativa da sua representatividade em todo o País”, afirmou.
Segundo a deputada, ao comparar com as eleições de 2020, o PT registrou um crescimento expressivo no número de votos. Em 2020, a sigla conquistou 5,6 milhões de votos em todo o Brasil. “Agora em 2024, alcançamos a marca de 7,3 milhões de votos só no primeiro turno. Isso representa um aumento de quase 30% no apoio popular. Este crescimento reflete também o número de vereadores e vereadoras que foram eleitos”.
Para Ana Paula Lima, esse resultado reforça o papel do PT como um dos maiores partidos da política brasileira, com a presença marcante em todas as regiões do nosso País. “Não apenas resistimos, mas também estamos em um claro processo de recuperação. Devemos, inclusive, lembrar que esse processo de recuperação e expansão começou no ano de 2022, quando derrotamos o Bolsonaro nas eleições presidenciais com a eleição do presidente Lula”, disse.
A vitória de Lula naquele pleito, enfatizou a deputada, “foi um marco, um sinal claro de que o povo brasileiro estava pronto para virar a página dos anos de retrocesso, de autoritarismo, de desmontes institucionais”.
Militância
O deputado João Daniel (PT-SE) aproveitou para parabenizar toda a militância do campo democrático brasileiro, que atuou firmemente nas eleições no Brasil inteiro. “Nós precisamos consolidar cada vez mais um processo político brasileiro de participação popular, onde o povo, os partidos tenham democracia, tenham força, tenham organização e haja verdadeiramente a participação da população brasileira”, destacou o sergipano.
O parlamentar saudou também todos os prefeitos e prefeitas, vice-prefeitos e vice-prefeitas, vereadores e vereadoras do Partido dos Trabalhadores que foram eleitos ou reeleitos neste pleito. “São novos gestores que terão o nosso apoio aqui na Câmara dos Deputados, o apoio do Governo Lula que, aliás, se consolida no seu terceiro mandato como o presidente mais democrático, estadista, que não persegue, que cuida do povo brasileiro, em especial dos municípios e estados. Por isso, quero saudá-los para que fortaleçam a democracia e façam da gestão dos seus municípios um exemplo como é o exemplo do presidente Lula” completou.
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Retrato das últimas eleições
O deputado Luiz Couto (PT-PB) destacou a importância das eleições municipais, “pleitos no qual escolhemos os representantes mais próximos do cidadão, aqueles que lidam com os desafios do dia a dia que afetam diretamente a vida de cada um”. O deputado alertou para o retrato das últimas eleições municipais. Na sua avaliação o cenário é preocupante. “Se, por um lado, celebramos a participação popular, por outro, não podemos fechar os olhos para as sombras que pairam sobre o processo democrático”.
Ele afirmou que a “influência nefasta” do poder econômico distorce cada vez mais a igualdade de condições entre os candidatos e fere de morte a isonomia que deve reger qualquer pleito. “Em muitos casos, uma disputa eleitoral transforma-se em uma batalha desigual, na qual o peso do dinheiro fala mais alto que a força das propostas. Esse problema soma-se à crescente infiltração do crime organizado na política municipal”, denunciou.
Luiz Couto disse que em diversos municípios, inclusive, na Paraíba, em especial aqueles com menor IDH e estrutura institucional frágil, veem as eleições sendo contaminadas pela ação de facções criminosas que buscam cooptar candidatos e eleger representantes que atendem a seus interesses.
“Diante desse cenário, cabe a nós parlamentares a responsabilidade de agir. Não podemos permitir que a democracia seja sequestrada pelo poder econômico e pelo crime organizado. É preciso fortalecer mais os mecanismos de controle e fiscalização do processo eleitoral, com foco na fiscalização do financiamento da campanha, que às vezes burla as lacunas da lei”, defendeu.
Governo de esquerda e governo de direita
Para o deputado Merlong Solano (PT-PI), a cada dia, ficam mais claras as diferenças entre o governo de esquerda e de centro liderado pelo presidente Lula e o governo de direita e de extrema direita liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “No caso da política, por exemplo, nós concluímos agora o segundo turno com prefeitos de mais de 5.000 municípios brasileiros dos diversos campos ideológicos, desde a esquerda, passando pelo centro, pela direita, pela extrema direita. Todo mundo foi eleito pela urna eletrônica. Nenhuma voz está se levantando contra a lisura e a segurança das urnas eletrônicas do Brasil”, afirmou.
Merlong ressaltou que a voz do ex-presidente [Bolsonaro] está, portanto, “isolada em relação àquele questionamento esdrúxulo que ele fazia em relação à segurança das urnas eletrônicas, como um pano de fundo para a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro”.
Urnas eletrônicas
O deputado Rogério Correia (PT-MG) também falou da segurança das urnas eletrônicas. “Não vi golpistas denunciarem as urnas eletrônicas. Não vi golpistas dizerem que as eleições foram falsificadas. Não vi golpista tentando dar golpe. O que eu vejo é golpista pedindo anistia pela tentativa de golpe. Mas, felizmente, o Supremo Tribunal Federal também sabe que o preço da democracia é a eterna vigilância”, disse
Ele citou que hoje, após o segundo turno das eleições, foram condenadas mais 14 pessoas por tentativa de golpe, aqueles de 8 de janeiro, sendo que 2 vão ter 12 anos de prisão por tentar tomar o poder alegando fraude eleitoral. “Hoje o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) retirou de pauta da Comissão de Constituição e Justiça o esdrúxulo projeto de lei de anistia aos golpistas que pretendia anistiar o futuro indiciado, que estará preso, Jair Bolsonaro. Hoje, portanto, houve uma vitória no Supremo e uma vitória na Câmara. Termina o segundo turno e nós estamos vigilantes em relação à democracia”, finalizou.
Também se manifestaram sobre as eleições municipais as deputadas Denise Pessôa (PT-RS) e Maria do Rosário (PT-RS) e os deputados petistas Alfredinho (SP), Jilmar Tatto (SP), José Airton Cirilo (CE), Marcon (RS), Pedro Tourinho (SP) e Valmir Assunção (BA).
Vânia Rodrigues