Deputadas Benedita da Silva e Ana Pimentel participaram de seminário na Comissão da Mulher
Em seminário promovido nesta terça-feira (8/10) pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, especialistas e parlamentares debateram a prevenção, detecção e tratamento dos cânceres de colo do útero e de mama. O evento faz parte das ações do “Outubro Rosa”, campanha internacional que visa à conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama.
A Coordenadora-Geral da Bancada Feminina, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), destacou que o “Outubro Rosa”, realizado anualmente pela Secretaria da Mulher em conjunto com diversas comissões da Câmara e do Senado, tem como objetivo “conscientizar as mulheres brasileiras dos riscos que o câncer representa à sua saúde”.
Câncer de mama
Benedita ressaltou a gravidade do câncer de mama, que em 2021 ultrapassou o câncer de pulmão em incidência global. “[Se] tratando de uma doença que não tem formas de prevenção na grande maioria dos casos, exames frequentes e cuidados integrais são essenciais para a descoberta do câncer de mama em seu estágio inicial, o que aumenta as chances de cura”, afirmou.
Para a parlamentar cabe aos representantes do Estado brasileiro garantir as condições para que todas as mulheres tenham acesso ao tratamento público e gratuito, sobretudo, aquelas que estão em situação socioeconômica mais vulnerável. “Todas temos direito a uma vida saudável, independente de raça ou classe social”, garantiu Benedita.
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Políticas Públicas
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Ana Pimentel (PT-MG), reforçou a necessidade de políticas públicas para o combate ao câncer de mama no Brasil. “O câncer de mama é o mais prevalente e também o que mais mata mulheres no Brasil”, afirmou.
Pimentel, que é médica, destacou que, embora o país tenha um arcabouço legislativo avançado, ele não é cumprido de forma eficaz. “Precisamos de muita força política em torno do tema. Estamos aqui, deputadas e senadoras, muito satisfeitas e honradas de nos somarmos para construirmos mais força política em torno desse tema”.
Ela garantiu que irá lutar para aumentar o orçamento de toda a linha de cuidado do câncer de mama e de útero no Brasil. “Nós sabemos que temos um caminho longo pela frente para que a realidade no Brasil seja aquela que nós sonhamos que é a de melhorar o orçamento e a linha de cuidado completa, desde o diagnóstico até o tratamento para salvarmos as mulheres brasileiras”.
Dados alarmantes
Representando as pacientes, Joana Jeker, da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília (Recomeçar), apresentou dados alarmantes sobre a realidade do câncer de mama no país. “Cerca de 50% dos casos são diagnosticados em estágio avançado, o que torna o tratamento mais difícil”, disse. Segundo Jeker, a cada 30 minutos uma mulher morre de câncer de mama no Brasil. “Nós, mulheres da Recomeçar, somos provas de que é possível vencer a doença, porém o tratamento deve ser adequado em todas as fases da jornada da paciente”, enfatizou.
Durante o evento foi destacada a importância da Lei 14.758, que institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde, garantindo acesso ao cuidado integral, desde o rastreamento até o tratamento e cuidados paliativos.
Lorena Vale