Foto: Gustavo Bezerra
A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara (CSSF) debateu, em audiência pública nesta quinta-feira (30), os desafios relacionados à anemia falciforme. O preconceito sofrido pelas pessoas que possuem a doença, a falta de informação e as dificuldades de atendimento, tanto na rede privada quanto no Sistema Único de Saúde (SUS), foram alguns dos assuntos abordados no debate.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) participou da audiência e ressaltou a necessidade de se aumentar o conhecimento sobre a doença, inclusive a partir das cobranças e propostas da sociedade. “Precisamos elevar a consciência médica, sensibilizar os profissionais e as equipes que prestam o atendimento para pessoas que já sofrem muito preconceito por conta da sua cor, da própria doença e da sua condição social. E precisamos divulgar mais informações para a população e garantir a melhoria do atendimento com políticas públicas específicas, sobretudo a partir do controle social, com quem está lá na ponta e vai nos dizer como poderá ser melhor esse atendimento”, disse Benedita, lembrando que a anemia falciforme é uma doença que predomina entre pessoas negras, embora também possa se manifestar na população branca.
Debater a eventual inclusão da anemia falciforme entre as doenças consideradas raras é uma proposta que Benedita apresentou durante a audiência. “Já tivemos algumas discussões, estamos debatendo na comissão e estamos propensos a colocar a anemia falciforme entre as doenças raras”, frisou Benedita.
De acordo com o site do Dr. Drauzio Varella, a anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.
Dentre os sintomas causados pela anemia falciforme, destacam-se: dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; dores articulares; fadiga intensa; palidez e icterícia; atraso no crescimento; feridas nas pernas; tendência a infecções; cálculos biliares; problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais.
Pessoas que possuem a doença enfrentam restrições alimentares, principalmente em relação ao ferro presente em alimentos de origem vegetal.
No Brasil, a prevalência da anemia falciforme é de um caso a cada mil pessoas, em média. Na Bahia, onde a população negra é maior, a doença atinge um em cada 650 indivíduos nascidos vivos.
Rogério Tomaz Jr.