Abin paralela: Bolsonaro cometeu crime ao fazer uso indevida das instituições para benefício próprio

Alexandre de Moraes libera sigilo das conversas de Bolsonaro no esquema da Abin paralela. Foto: EBC

Os parlamentares da Bancada do PT usaram suas redes sociais para comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de retirar o sigilo do áudio no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem conversam sobre o uso ilegal da Abin para espionagem.

A quebra do sigilo, ocorrida segunda-feira (15/7), por Moraes, inclui áudio de reunião gravada em 2020, quando Bolsonaro discutiu uma blindagem do filho Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas na Assembleia do Rio de Janeiro.

Os petistas esperam que Bolsonaro pague por todos os crimes que cometeu e pelo uso indevido das instituições para benefício próprio e de seus familiares. “A grampolândia do inelegível não para de despejar as tramoias que eles armaram naquele governo. Só o fato de gravarem as conversas de uns com outros já revela o quanto estavam comprometidos nas safadezas. O que mais vai sair desse charco? ”, questionou a presidente do PT Nacional, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Gleisi ainda parabenizou a Polícia Federal pelo trabalho que vem realizando nas investigações dos crimes da família Bolsonaro e seus cúmplices.

“Quanto mais as investigações da PF avançam, mais escândalos e desmandos do clã Bolsonaro vêm à tona”, afirmou o líder da Bancada, deputado Odair Cunha (PT-MG).

Leia Mais: Gravado por ex-diretor da Abin, Bolsonaro está no centro do escândalo da arapongagem

Proteção ao clã

Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) é “escandaloso” ver que Bolsonaro interferiu em investigações para proteger seu filho. “Um presidente da República usou do cargo para interferir em órgãos de estado para atender questões pessoais. A gravação deixa claro mais um crime cometido”, aponta.

Gravação

Durante a reunião gravada, as advogadas de Flávio, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, discutiram formas de obter informações sobre a investigação envolvendo o senador na Receita Federal e no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Na conversa, as advogadas buscaram uma forma de anular a investigação e sugerem que o trabalho poderia ser feito pelo Serpro. Juliana Bierrenbach: “Então, o que eu tenho? Eu não tenho uma prova de que foi feito isso com o Flávio”. Em seguida, Luciana Pires afirma: “A gente quer essa prova”.

Após Juliana sugerir o acionamento do Serpro, Bolsonaro disse que iria falar com Gustavo Canuto, então presidente da Dataprev, empresa pública de dados.

“Eu falo com o Canuto. Agora, isso aí eu falo com o Flávio, então. Qualquer hora do dia amanhã”.

Ramagem concorda com a fala com do ex-presidente: “fala com o Canuto para saber do Serpro, tá”.

Em seguida, Bolsonaro completa: “ninguém gosta de tráfico de influência. A gente quer fazer [inaudível]”.

Em outro momento da gravação, Ramagem sugere a busca de “alguma vulnerabilidade” envolvendo os fiscais da Receita que fizeram a investigação contra o parlamentar. “Porque esse é o caminho correto de averiguar alguma possível vulnerabilidade ali. O que circula realmente é a promiscuidade entre MP e Receita desde o começo”, afirmou.

Leia mais declarações dos parlamentares:

Deputado Bohn Gass (PT-RS) – “Não há justificativa: na reunião de Bolsonaro, Heleno e Ramagem com duas advogadas de Flávio foram usadas dependências públicas para tratar de assunto pessoal de um filho do presidente e, pior, convocando GSI e Abin para traçar estratégia de defesa dele nas rachadinhas”.

Deputado Rogério Correia (PT-MG) – “Bolsonaro fala em acionar chefes da Receita e do Serpro para anular investigações de ‘rachadinha’ em prol de Flávio, indica gravação. Uso da máquina para esconder os crimes do filho, se junta a falsificação de cartão de vacina, roubo de joias e tentativa de golpe”.

Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) – “É muito grave. Bolsonaro usou cargo de presidente e estrutura do governo para interferir em investigações sobre rachadinha que envolviam seu filho Flávio Bolsonaro, revelam áudios”.

Deputado Alencar Santana (PT-SP) – “Imagina se o Lula recebe no Palácio do Planalto os advogados do filho dele, investigado pela Justiça, ao lado de um ministro e do chefe da ABIN, e pede os documentos do processo, numa conversa em que ainda se fala de pedir favores à Receita Federal. Pois é, Jair Bolsonaro fez isso. Mas há quem insista que ele é inocente”.

Deputada Reginete Bispo (PT-RS) – “ O ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo do áudio em que Bolsonaro utiliza a estrutura pública para tentar proteger um dos seus filhos, o Senador Flávio Bolsonaro. O cerco está se fechando a cada dia”.

Deputada Luizianne Lins (PT-CE) – “Áudio liberado por ordem do ministro Alexandre de Moraes em que o Jair Antimessias Bolsonaro, Alexandre Ramagem e General Heleno falam sobre o uso da Abin para blindar Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas e espionar ilegalmente desafetos do hoje inelegível ladrão de joias”.

Deputada Ana Pimentel (PT-MG) – “O ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo sobre uma gravação de reunião entre o ex-presidente Bolsonaro, o delegado e ex-diretor geral da Abin Alexandre Ramagem, o general Augusto Heleno e advogadas em que discutem a proteção a Flavio Bolsonaro contra investigações no caso das rachadinhas. Com o avanço das investigações da PF, não param de vir à tona os desmandos do desgoverno anterior”.

Deputada Natália Bonavides (PT-RN) – “Durante reunião, Bolsonaro afirma que o ex-governador do Rio de Janeiro, Witzel, teria oferecido livrar Flávio do caso das rachadinhas em troca de uma vaga no STF”.

 

Lorena Vale com Agência Brasil

 

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