Comissão de Fiscalização Financeira e Controle defende o fortalecimento do IBGE

Audiência pública na CFFC sobre o fortalecimento do IBGE. Foto: Thiago Coelho

Márcio Pochmann, presidente do IBGE, ressaltou a necessidade de discutir a soberania dos dados no Brasil.

 

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados debateu, nesta terça-feira (9/7), a importância do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a necessidade urgente de investimentos para fortalecer a instituição. Para os debatedores, com um planejamento adequado e recursos suficientes, o IBGE pode continuar a desempenhar um papel vital na construção de um Brasil mais informado e preparado para os desafios futuros.

O colegiado também discutiu o orçamento insuficiente do Instituto, a drástica redução de seu quadro de funcionários, a necessidade de concursos públicos para reposição de cargos, e a valorização profissional dos servidores.

Soberania dos dados

Márcio Pochmann, presidente do IBGE, ressaltou a necessidade de discutir a soberania dos dados no Brasil. Ele afirmou que atualmente o país não possui controle total sobre suas informações, que são coletadas e usadas por empresas estrangeiras sem benefícios diretos à economia brasileira. Pochmann defendeu que o IBGE se torne o principal coordenador de dados no país, promovendo a transparência na comunicação entre diferentes bancos de dados, além de oferecer uma visão integrada do Brasil, essencial para a formulação de políticas públicas eficazes.

Desafios

Pochmann destacou ainda os desafios enfrentados pelo IBGE, como a falta de reposição salarial adequada e as condições de trabalho precárias. Ele homenageou os servidores do Instituto, que trabalham incansavelmente para coletar dados cruciais para o desenvolvimento do país, mesmo em circunstâncias adversas. O presidente do IBGE também mencionou a necessidade de um reposicionamento orçamentário, com 91% do orçamento atual sendo destinado à folha de pagamento, deixando poucos recursos para a realização de pesquisas.

“A questão do reposicionamento do IBGE passa certamente pela melhor definição orçamentária, pela recuperação da remuneração dos nossos servidores, servidoras. A carreira é uma questão fundamental”, afirmou.

Leia Mais: Soberania: IBGE prepara os alicerces da transição digital do Brasil

Ataque às informações  

O deputado Jorge Solla (PT-BA), enfatizou a importância do debate, especialmente no contexto atual em que as fake news estão em alta e em que os fatos muitas vezes perdem importância frente a versões distorcidas da realidade. Solla criticou o desmonte das políticas públicas e a desvalorização das informações precisas.

Solla denunciou que o desgoverno do ex-presidente Jair Bolsonaro destruiu os órgãos que geram informações importantes para o País. “No governo passado o desmonte das políticas públicas foi em larga escala e em grande monta, é óbvio que nessa área não só o IBGE, mas o conjunto das políticas de geração de informação sofreram ataques. O Datasus foi desmantelado, a informação de várias áreas, os órgãos, o Serpro, os diversos órgãos que trabalham com a informação foram atacados e o desmonte foi muito forte”.

O deputado Bohn Gass (PT-RS) também lamentou o enfraquecimento – pelo governo anterior – do Ministério do Planejamento e a precarização das estruturas estatais, incluindo o IBGE. Ele defendeu o fortalecimento do IBGE e a importância do contato humano na coleta de dados, ao ressaltar que tecnologias avançadas não podem substituir a interação direta com a população. Defendeu ainda a necessidade de uma cultura de planejamento no Brasil.

Deputados Jorge Solla e Bohn Gass, com Márcio Pochmann, na Câmara Federal. Foto: Thiago Coelho

 

Lorena Vale

 

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