P20: Carta de Alagoas traz recomendações para ampliar a participação das mulheres na política

Deputada Benedita da Silva e parlamentares no P20. Foto: Itawi Albuquerque/Câmara dos Deputados

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora da Bancada Feminina da Câmara, usou a tribuna nessa quarta-feira (3/7) para fazer um balanço da 1ª Reunião das Mulheres Parlamentares do P20, realizada em Maceió (AL) nos dias 1º e 2 de julho. A deputada, que coordenou o evento, leu a Carta de Alagoas, com 17 recomendações que deverão ser seguidas pelos Legislativos dos estados-membros do grupo das principais economias desenvolvidas do mundo (G20). “O objetivo é ampliar a participação das mulheres nas decisões políticas, o combate à crise climática e a promoção de igualdade econômica e produtiva”, afirmou Benedita.

Na avaliação da deputada, o evento foi um grande momento político internacional, onde as questões das mulheres foram colocadas, com propriedade, com conhecimento. “Discutimos temas, destacamos alguns deles, que compõem a íntegra da carta de mulheres parlamentares que participaram do encontro, que não foi um encontro de esquerda, de direita ou de centro” explicou.

A deputada informou que o documento foi entregue ao presidente do P20, deputado Arthur Lira (PP-AL), e será enviada aos líderes do G20, após o apoiamento dos presidentes dos demais países membros. “Nesta carta, instamos os líderes do P20 a melhorar a participação das mulheres nos Parlamentos, tomando medidas para ampliar a sua participação”.

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Veja as recomendações da Carta de Alagoas:

– Recomendar que todos os anos as sessões de trabalho do P20 sejam iniciadas com a reunião de mulheres parlamentares.

– Comprometer-se a buscar, junto aos estados-parte do G20, a inclusão dos direitos das mulheres nas políticas, orçamentos e instituições.

– Recomendar que os parlamentos adotem postura que reconheça que mulheres são impactadas de maneira diferente por medidas legais, políticas e institucionais.

– Buscar financiamento de políticas e programas relacionados à mudança climática, ao meio ambiente e à redução do risco de desastres, levando em conta as diferenças entre homens e mulheres.

– Ampliar e promover financiamento público para promover a igualdade entre homens e mulheres.

– Fortalecer os parlamentos para que autuem em todos os níveis com foco nos direitos das mulheres e ampliar os mecanismos de participação e diálogo com os diferentes grupos de mulheres.

– Estimular os países do G20 a se comprometer com políticas e incentivos que eliminem toda forma de pobreza e discriminação.

– Estimular os países do G20 a fornecer melhores bens públicos nacional e globais, incluindo serviços de cuidado.

– Estimular os países do G20 a promoverem políticas e financiamentos de sistemas de cuidado abrangentes como resposta a mudança climática e política de promoção do trabalho decente e sistema alimentares sustentáveis.

– Reforçar para os países membros do G20 o cumprimento do Programa de Trabalho de Lima, na implementação do Acordo de Paris para alcançar políticas climáticas com foco nos direitos das mulheres.

– fortalecer as mulheres para resistir diante das mudanças climáticas e dos desastres ambientais, adotando padrões sustentáveis de consumo e produção.

– buscar compensação para países menos desenvolvidos pelos impactos das mudanças climáticas, que afetam em especial a vida das mulheres.

– adotar medidas que valorizem o trabalho não remunerado de cuidados e doméstico.

– adotar medidas para que as mulheres sejam protagonistas do combate à crise climática.

– apoiar a adoção de cotas, reserva de assentos e financiamento para aumentar a participação das mulheres no poder e alcançar a paridade em cargos eleitos e administrativos.

– denunciar a violência política de gênero e recomendar medidas para sua prevenção e eliminação

– criar leis e outras medidas para assegurar a igualdade de acesso a recursos econômicos e produtivos, com oportunidades iguais de emprego, trabalho decente e remuneração igual para trabalho de igual valor.

 

Vânia Rodrigues

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