Na semana da pátria – de 1º a 7 de Setembro – 1.744.872 pessoas de todas as regiões do Brasil votaram pela internet no plebiscito popular sobre a reforma política, organizado por 450 entidades da sociedade civil, com apoio dos PT, PCdoB e PCR. A grande maioria dos participantes, 96,9% (1.691.006), votou SIM à constituinte exclusiva para reformar o sistema político, e apenas 3,1% (53.866) votou pelo NÃO.
Outros milhares de brasileiros votaram através das 40 mil urnas que foram espalhadas pelo Brasil em todos os municípios com mais de 100 mil habitantes. Estes votos em cédulas ainda estão sendo apurados pelos 1.800 comitês organizativos. O resultado final da consulta será divulgado no dia 24 de setembro, quando será apresentado aos dirigentes do Congresso Nacional, aos partidos e aos candidatos à presidente.
“Essa prévia do resultado da consulta popular é animadora e confirma a disposição da população em apoiar a reforma e em defender a mudança no nosso sistema político”, afirmou o deputado Renato Simões (PT-SP), um dos organizadores do ato realizado na Câmara, no dia 2 de setembro, em favor o plebiscito popular. “Essa foi mais uma experiência rica de mobilização popular pela reforma política, que agora ganha a dimensão de massa. A luta pela reforma política tornou-se mais conhecida, saiu dos cofres nos quais a elite a trancou e ganhou a dimensão das ruas”, afirmou Simões.
Silêncio da Mídia – Na avaliação do deputado Simões, mesmo sem o apoio da grande mídia, “o Brasil inteiro discutiu, votou e tomou conhecimento da importância da reforma política para o País e para a democracia”. A expectativa, segundo o deputado, é de que o resultado force os parlamentares que serão eleitos no dia 5 de outubro a se comprometerem a realizar a “tão necessária” mudança do sistema político brasileiro.
O deputado Renato Simões analisou o silêncio da mídia sobre o plebiscito popular como um sinal claro do medo que ela tem das reformas estruturais que precisam ser feitas no País. “A grande mídia vê com desconfiança qualquer mobilização popular porque quer se manter intocável, porque quer preservar os interesses privados. A mídia sabe que se houver um amplo debate sobre o sistema político, a grande maioria da população vai tratar a regulamentação democrática da mídia como parte disso. Eles sabem que seus monopólios serão atingidos e, por isso, não querem mexer no sistema político atual”, criticou.
Financiamento – Cerca de dez milhões de pessoas se envolveram em mobilização pela mudança no sistema político brasileiro durante toda a primeira semana deste mês. Além do plebiscito popular, cerca de 100 entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) coletaram assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que, se aprovado, irá proibir o financiamento privado das campanhas.
Vânia Rodrigues, com site Plebiscito Constituinte